Ciência

Mais 200 baleias encalham na Nova Zelândia

Baleias encalharam neste sábado em Farewell Spit, na Nova Zelândia, apesar dos esforços de centenas de voluntários,

Baleias encalhadas na Nova Zelândia: não existe explicação científica clara para o comportamento (Anthony Phelps)

Baleias encalhadas na Nova Zelândia: não existe explicação científica clara para o comportamento (Anthony Phelps)

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AFP

Publicado em 11 de fevereiro de 2017 às 15h41.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2017 às 09h20.

Outras 200 baleias encalharam neste sábado em Farewell Spit, na Nova Zelândia, apesar dos esforços de centenas de voluntários, um dia depois que outras centenas de cetáceos morreram na praia.

"Apesar dos esforços feitos por todos para evitar novas perdas, 200 baleias-piloto que nadavam livremente encalharam", afirmou Christophers, porta-voz do departamento de Proteção do Meio Ambiente (Department of Conservation, DOC).

Na véspera, 416 baleias-pilotos foram achadas na praia de Farewell Spit, na região de Golden Bay, norte de South Island, uma das principais ilhas da Nova Zelândia.

Cerca de 300 já estavam mortas quando foram localizadas e 500 voluntários tentaram então salar as sobreviventes, sem êxito.

Os 150 voluntários ignoraram um alerta de tubarões para formar uma corrente humana no mar e impedir que as baleias sobreviventes voltassem à praia, assim como a chegada de outros 200 exemplares.

Mas tiveram de interromper seus esforços com o cair da noite, e as 200 baleias encalharam a 3 km do local onde apareceu o primeiro grupo na véspera.

As baleias-piloto, também conhecidas como calderão, chegam a medir seis metros de extensão e são a espécie mais comum na Nova Zelândia.

"Muito incomum"

Herb Christophers explicou que o fato de devolver algumas baleias à água não significa que elas vão sobreviver, já que podem voltar à praia.

Cerca de 20 baleias resgatadas na sexta morreram desse jeito neste sábado.

Farewell Spit, situada 150 km a oeste da cidade turística de Nelson, é conhecida pela ocorrência de encalhes de baleias. Nos últimos 10 anos, foram registrados ao menos nove casos.

Fenômenos anteriores com números maiores foram registrados em 1918, quando mil exemplares encalharam nas ilhas Chatham, e em 1985, quando 450 baleias encalharam em Auckland.

De acordo com analistas, não existe explicação científica clara para o comportamento, sendo a causa mais provável a geografia submarina do local.

Este tipo de baleia é conhecido por sua tendência a retornar para a praia, apesar de ser colocada de novo no mar. Os especialistas acreditam que este pode ser um comportamento para tentar reunir-se com os demais membros do grupo.

"Não sabemos por que o novo grupo (de 200 baleias) entrou na baía", comentou Daren Grover, diretor-geral da organização ambiental Project Jonah, que participa nos trabalhos de resgate.

"As baleias responderam talvez a sinais emitidos pelas baleias que já havia entrado. É muito incomum, nunca havíamos visto nada assim", acrescentou.

Um membro do DOC, Mike Ogle, declarou que os cetáceos podem ter se dirigido à costa por medo dos tubarões.

"Há uma baleia com marcas de mordida de tubarão. E as autoridades assinalaram a presença de grandes tubarões brancos nos arredores de Farewell Spit", explicou.

Andrew Lamason, também do DOC, culpou a geografia submarina da zona.

"Em Farewell Spit há uma grande quantidade de areia com forma de gancho e as águas são pouco profundas. Quando as baleias entram, fica muito difícil sair", explicou.

A praia de Farewell Spit oferecia neste sábado um espetáculo desolador com uma fileira de cetáceos mortos.

Tim Cuff, um especialista em mamíferos marinhos do Project Jonah, contou ter visto uma voluntária alemã que tentou proteger a todo custo uma baleia. "Ela não queria abandoná-la. Chorava abraçada a ela".

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