Luz mais brilhante do universo pode estar ligada à formação de buraco negro
Morte de estrela mais de 30 vezes maior que o Sol estaria por trás do fenômeno
AFP
Publicado em 15 de outubro de 2022 às 08h37.
Última atualização em 15 de outubro de 2022 às 10h55.
Astrônomos observaram o flash de luz mais brilhante já visto, emitido a uma distância de 2,4 bilhões de anos-luz da Terra e supostamente provocado pelo nascimento de um buraco negro.
Essa explosão de raios gama, forma mais intensa de radiação eletromagnética, foi observada pela primeira vez pelos telescópios em órbita terrestre no último dia 9, e sua luz residual continua sendo estudada por cientistas de todo o mundo.
Os cientistas acreditam que essas rajadas, que duram vários minutos, sejam causadas pela morte de estrelas gigantes, mais de 30 vezes maiores do que o Sol, explicou à AFP o astrofísico Brendan O'Connor.
A estrela explode e se torna uma supernova, antes de colapsar e formar um buraco negro. A matéria forma, então, um disco ao redor do buraco negro, é absorvida e liberada como energia que viaja a 99,99% da velocidade da luz.
O flash liberou fótons com um recorde de 18 teraeléton-volts de energia e impactou as comunicações de onda longa na atmosfera terrestre. "Está quebrando recordes, tanto no número de fótons, quanto na energia dos fótons que chegam até nós", disse O'Connor, que fez novas observações do fenômeno nesta sexta-feira com instrumentos infravermelhos no telescópio Gemini South Observatory, no Chile.
"Algo tão brilhante, tão próximo, é realmente um acontecimento único no século", acrescentou o astrofísico. "As explosões de raios gama geralmente liberam em questão de segundos a mesma quantidade de energia que nosso Sol produziu ou produzirá em toda a sua vida, e esse evento é a explosão de raios gama mais brilhante", disse.
A explosão, chamada GRB221009A, foi observada na manhã de domingo (horário da Costa Leste americana) por vários telescópios, incluindo os da Nasa. O'Connor, afiliado à Universidade de Maryland e à Universidade George Washington, continuará observando as assinaturas de supernovas em comprimentos de onda óticos e infravermelhos, para confirmar que suas hipóteses sobre as origens do flash estão corretas.
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