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Japoneses vão à Antártica e caçam baleias para pesquisas

As organizações de defesa das baleias duvidam destes supostos fins científicos e denunciam que a carne dos animais termina sendo vendida

Baleia: muitos especialistas afirmam que as necessidades das pesquisas científicas atuais não justificam a matança de centenas de baleias todos os anos (.)
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AFP

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 14h31.

Última atualização em 18 de novembro de 2016 às 17h30.

Dois baleeiros japoneses zarparam nesta sexta-feira rumo ao oceano Antártico, onde vão caçar baleias com fins científicos, segundo as autoridades, motivo que é contestado por ambientalistas.

Os dois barcos, o "Yushinmaru", de 724 toneladas, e o "Daini Yushinmaru", de 747, saíram do porto de Shimonoseki (sudoeste) para caçar 33 baleias minke, afirmou à AFP uma fonte da Agência de Pesca.

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"As pesquisas têm o objetivo de reunir informações científicas sobre os cetáceos e os ecossistemas marinhos, com a esperança de poder retomar o mais rápido possível a pesca comercial", disse um funcionário da Agência de Pesca, segundo o seu colega entrevistado pela AFP.

As organizações de defesa das baleias e vários países duvidam destes supostos fins científicos e denunciam que a carne dos animais termina sendo vendida nos mercados japoneses.

Muitos especialistas afirmam que as necessidades das pesquisas científicas atuais não justificam a matança de centenas de baleias todos os anos. Já a Agência de Pesca alega que não há uma solução não-letal para o trabalho científico, mas garante que os japoneses estão tentando encontrá-la.

Em 2014, o arquipélago foi condenado pelo Tribunal Internacional de Justiça, que considerou que as supostas campanhas de pesquisa japonesas tinham na verdade fins comerciais.

Após a sentença, os baleeiros ficaram em terra na temporada 2014-2015, mas um ano depois, entre dezembro de 2015 e março de 2016, caçaram 333 baleias no oceano Antártico.

O programa científico japonês tem previsto durar 12 anos e realizar cerca de 4.000 capturas.

Em outubro, a Comissão Baleeira Internacional (CBI) decidiu avaliar de maneira mais estrita as campanhas baleeiras do Japão, mas este organismo não tem poder para proibi-las.

O Japão é o único país no mundo que tem uma "exceção científica" que lhe permite caçar baleias. A Islândia e a Noruega praticam a caça comercial, mas usando as brechas legais da proibição mundial.

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