Ciência

Hidroxicloroquina ou cloroquina não se mostraram eficazes, diz OMS

Mesmo sem comprovação científica, Ministério da Saúde do Brasil alterou protocolo e recomendação é utilizar medicamentos a partir dos primeiros sintomas

Coronavírus: ainda não existem tratamentos 100% indicados para tratamento da doença (Yuichiro Chino/Getty Images)

Coronavírus: ainda não existem tratamentos 100% indicados para tratamento da doença (Yuichiro Chino/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de maio de 2020 às 13h42.

Última atualização em 20 de maio de 2020 às 15h25.

O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) foi questionado no início de sua entrevista coletiva virtual desta quarta-feira, 20, sobre a decisão do governo do Brasil de divulgar um protocolo do Ministério da Saúde que prevê o uso da cloroquina desde os primeiros sinais da covid-19.

Diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde, Mike Ryan começou a responder afirmando que toda nação soberana pode aconselhar seus cidadãos sobre qualquer medicamento, mas acrescentou: "A hidroxicloroquina ou a cloroquina até agora não se mostraram eficazes contra a covid-19."

Ryan lembrou ainda que existe o risco de uma série de efeitos colaterais, no uso desses medicamentos. Além disso, comentou que ocorrem atualmente várias pesquisas para testar potenciais remédios contra o coronavírus, alguns deles com a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove acrescentou que a entidade também trabalha pela meta comum de se descobrir "qual terapia é segura" no combate ao vírus.

Em declaração inicial na coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que "preocupa o aumento dos casos de coronavírus em países de renda média e baixa", mas sem citar exemplos.

Mais cedo, a Sociedade Brasileira de Imunologia já havia se declarado contra o protocolo do governo federal, afirmando que o posicionamento "não apenas carece de evidência científica, além de ser perigoso, pois tomou um aspecto político inesperado" e pedindo "bases em evidências científicas sólidas" para esse tipo de decisão.

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