Ciência

Gorila tratado com anticorpos superou quadro grave de covid-19 nos EUA

Uso de anticorpos monoclonais contra a covid-19 foi aprovado emergencialmente nos EUA; tratamento foi usado no ex-presidente Donald Trump

Animais: gorila foi um dos vários símios de sua espécie no zoológico de San Diego que testaram positivo para o coronavírus. (AFP/AFP)

Animais: gorila foi um dos vários símios de sua espécie no zoológico de San Diego que testaram positivo para o coronavírus. (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 11h02.

Um gorila idoso está se recuperando de um quadro grave de covid-19 após ser tratado com anticorpos sintéticos de última geração, anunciou o Zoológico de San Diego nesta segunda-feira (25).

Os veterinários identificam agora em quais animais injetar o suprimento limitado de vacinas à disposição do zoológico.

Winston, de 48 anos, foi um dos vários gorilas do "San Diego Zoo Safari Park" que testou positivo para a covid-19 em 11 de janeiro, após estudos baseados em amostras fecais.

Foi o primeiro caso conhecido de transmissão natural do vírus a grandes primatas, e suspeita-se que tenha ocorrido por contato com funcionário assintomático, apesar do uso de equipamento de proteção individual.

O grupo de gorilas permaneceu sob observação após o diagnóstico, e alguns dos animais apresentaram sintomas como tosse leve, congestão, coriza e crises de letargia.

Devido à idade avançada, seus sintomas e preocupação com as condições subjacentes, Winston foi examinado sob anestesia.

Os veterinários confirmaram que ele tinha pneumonia e doenças cardíacas e começaram o tratamento que incluía medicamentos para o coração, antibióticos e terapia com anticorpos monoclonais.

Os anticorpos monoclonais são uma versão feita em laboratório das proteínas naturais do corpo que combatem as infecções e são administrados por infusão intravenosa.

O uso de anticorpos monoclonais contra a covid-19 foi aprovado emergencialmente nos Estados Unidos. O tratamento foi usado no ex-presidente Donald Trump.

O tratamento do gorila Winston, porém, veio de um suprimento não permitido para uso humano, segundo o comunicado.

"A equipe veterinária que tratou Winston acredita que os anticorpos podem ter contribuído para sua capacidade de superar o vírus", acrescentou.

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