Fruta ajuda a prevenir perda da visão relacionada ao envelhecimento
Flavonoides reduzem o risco de ter visão turva com o passar dos anos, condição ainda sem cura
Lucas Agrela
Publicado em 17 de julho de 2018 às 05h55.
Última atualização em 17 de julho de 2018 às 19h28.
São Paulo – Uma fruta pode ajudar a prevenir a perda de visão relacionada com o envelhecimento. É isso que concluíram pesquisadores do Westmead Institute for Medical Research, afiliado à Universidade de Sidney, na Austrália, ao analisar o efeito do consumo de laranjas.
O estudo consistiu no acompanhamento de 2037 adultos com idades de 49 anos ou mais, ao longo de 15 anos. Reavaliados a cada cinco anos, os voluntários eram analisados para identificar se tinham ou não sido afetados pela degeneração macular relacionada à idade, que deixa a visão turva e pode levar à cegueira. Essa condição médica é considerada comum por especialistas. No Brasil, mais de 2 milhões de casos são registrados por ano. No mundo, a doença afeta 196 milhões de pessoas.
Outras pesquisas já mostraram os efeitos positivos para a prevenção da degeneração macular com o consumo de alimentos que tenham substâncias anti-inflamatórias e antioxidantes, assim como foram registrados os benefícios de substâncias específicas, como zeaxantina, luteína e as vitaminas A e C.
Como trata-se de uma condição crônica que não tem cura, os pesquisadores centraram esforços em pesquisas que ajudam a prevenir o seu desenvolvimento, relacionado com a idade. Por isso, o novo estudo avaliou o potencial dos flavonóides, substância bioativas que protegem frutas e plantas da oxidação. Eles podem ser encontrados em laranjas, maçãs, vinho tinto e nos chás.
A constatação dos pesquisadores foi de que as pessoas que consumiram regularmente, uma vez ao dia, uma porção de laranja apresentaram mais de 60% menos chances de desenvolver a degeneração macular em razão da idade.
Apesar de ser um levantamento com amostra significativa e avaliação de voluntários por mais de uma década, o estudo ainda pode estar aberto a inconsistências por conta dos relatos sobre alimentação a cada cinco anos, que podem não estar 100% corretos ou suas dietas podem simplesmente não ser tão regulares quanto foi reportado. Portanto, mais pesquisas científicas sobre o tema ainda são necessárias.
O estudo foi publicado no The American Journal of Clinical Nutrition.