Ciência

Foguete de Israel cai na Lua e fracassa em tentativa de pouso "suave"

Até hoje só três nações realizaram pousos "suaves" na Lua: Estados Unidos, a antiga União Soviética e a China

lua-pouso-foguete-israel (Courtesy Space IL/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de abril de 2019 às 18h40.

Última atualização em 11 de abril de 2019 às 18h52.

Jerusálem — O foguete israelense Beresheet caiu na Lua nesta quinta-feira, 11, e fracassou a tentativa de que ele fizesse um pouso "suave", como planejado, por problemas técnicas que esfacelaram as esperanças de um pouso controlado e histórico na superfície lunar.

O dispositivo de pouso robótico não tripulado sofreu falhas periódicas no motor e de comunicação durante cerca de 21 minutos da sequência de pouso, informou a equipe de apoio envolvida na missão.

O Beresheet, frase bíblica em hebreu que significa "no início", viajou pelo espaço durante sete semanas em uma série de órbitas crescentes ao redor da Terra antes de entrar na gravidade da lua na semana passada.

A manobra final na quarta-feira posicionou o foguete em uma órbita elíptica ao redor do satélite, entre 15 e 17 quilômetros da superfície em seu ponto mais próximo. Daí em diante, houve grande expectativa e uma conclusão frustrante.

"Não conseguimos, mas definitivamente tentamos", disse o impulsor do projeto, Morris Kahn, em um vídeo desde o centro de controle perto de Tel Aviv. "Acredito que a conquista de ter chegado aonde chegamos é realmente tremenda, acredito que podemos estar orgulhosos".

Durante a transmissão, foi possível escutar o pessoal de controle dizendo que os motores para desacelerar a descida da nave e permitir um pouso suave tinham falhado e o contato com a sonda havia sido perdido.

"Se você não consegue de primeira, tente de novo", disse o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, na sala de controle, onde observou o processo junto com o embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman.

A sonda, que se parecia com uma enorme aranha de cinco patas, de 585 kg, se tornou um motivo de orgulho para Israel.

A sonda foi realizada por uma organização privada, SpaceIL, que trabalhou associada com a empresa aeroespacial israelense Aerospace Industries (IAI), uma das maiores grandes empresas de defesa israelenses.

O aparelho foi lançado em 22 de fevereiro da base americana de Cabo Canaveral, na Flórida, com um foguete Falcon 9 da empresa americana SpaceX, fundada pelo empresário Elon Musk.

Para Israel, a alunissagem era a missão principal, embora um instrumento científico tenha sido enviado para medir o minúsculo campo magnético lunar, cuja origem é diferente da do campo terrestre.

"Um grande passo para Israel"

A sonda continha uma cápsula com discos digitais que armazenavam desenhos de crianças, canções e imagens de símbolos israelenses, lembranças de um sobrevivente do Holocausto e uma Bíblia.

"É um grande passo para Israel, e é um grande passo para a tecnologia israelense", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante o lançamento, parafraseando Neil Armstrong, primeiro humano a caminhar na Lua.

"Os verdadeiros combustíveis deste aparelho são a audácia e o gênio israelenses", afirmou. E apesar do pequeno tamanho de Israel, país de pouco mais de oito milhões de habitantes, "somos gigantes", completou.

Até hoje só três nações realizaram pousos "suaves" na Lua: Estados Unidos, a antiga União Soviética e a China.

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