Ciência

Exame pode descobrir câncer 4 anos antes de sintomas e salvar milhões

Os cientistas alertaram que o teste não funciona para prever quem terá ou não câncer, mas identificar quem já têm algum tipo de tumor

Cientistas pesquisam exame de sangue para diagnosticar Alzheimer (Gab13/Thinkstock)

Cientistas pesquisam exame de sangue para diagnosticar Alzheimer (Gab13/Thinkstock)

Janaína Ribeiro

Janaína Ribeiro

Publicado em 21 de julho de 2020 às 18h30.

Última atualização em 22 de julho de 2020 às 08h32.

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, 21, aponta uma nova descoberta que pode ajudar a salvar milhões de vidas. Um novo exame de sangue possibilita a detecção de pelo menos cinco tipos de câncer até quatro anos antes do que métodos convencionais. Mais de 7,6 milhões de pessoas morrem de câncer todos os anos no mundo.

Os cânceres de estômago, esôfago, colorretal, fígado e pulmões foram detectados pelo teste de forma precoce. Os resultados do estudo foram publicados na revista cientítica Nature Communications, do grupo Nature, um dos mais importantes do mundo.

Batizado de "PanSeer", o exame identificou o câncer em 91% das pessoas que foram diagnosticadas com a doença de um a quatro anos depois de fazer o exame, mas que eram assintomáticas na época da coleta. Além disso, o exame também encontrou a doença em 88% das pessoas que já tinham um diagnóstico de câncer na época do teste. Também foram reconhecidas amostras que não tinham a doença em 95% dos casos.

Os cientistas alertaram que o teste não funciona para prever quem terá ou não câncer, mas sim, identificar quem já têm algum tipo de tumor, mas continua assintomático para os métodos de detecção atuais. Agora, mais estudos estão sendo realizados para confirmar a capacidade do teste de detectar a doença nesses casos.

A descoberta foi realizada por pesquisadores da Universidade Fudan, em Xangai, China, da Universidade da Califórnia, em San Diego e da Singlera Genomics, uma startup que pertence a algum dos cientistas e agora quer fazer a comercialização dos testes. Pelo menos 120.000 pessoas doaram amostras de sangue, que foram coletadas ao longo de dez anos, entre 2007 e 2017. Todos os pacientes passaram por exames regulares. A pesquisa teve grupo de controle e passou por revisão de pares antes de ser publicada na revista científica.

"O objetivo final seria realizar exames de sangue como esse rotineiramente durante check-ups anuais", disse Kun Zhang, um dos autores do estudo e professor na Universidade da Califórnia em San Diego. "Mas o foco imediato é testar pessoas com maior risco, com base no histórico familiar, idade ou outros fatores de risco conhecidos."

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