Exame de sangue brasileiro revela risco de infarto
Presença elevada de duas proteínas pode ser detectada ainda no início do processo
Ariane Alves
Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 11h55.
São Paulo - Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma maneira de identificar o risco de infarto apenas com um exame de sangue, tornando o processo mais rápido e barato. O método permite a identificação enquanto o risco ainda é baixo, ajudando cardiologistas a prevenir os problemas do coração em seus pacientes.
O estudo foi publicado em agosto deste ano na revista PLOS ONE . Nele, pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein afirmam que o aumento da concentração de duas proteínas no sangue do paciente indica a presença de placas de gordura nas artérias, o que aumenta o risco de infarto.
Método detecta risco ainda no início
Atualmente, os cardiologistas utilizam métodos como teste ergométrico e tomografia para detectar as placas de gordura no sangue. Porém, as alterações só são captadas no teste quando o risco já é muito alto, da ordem de 70% a 80% de obstrução. A tomografia, por sua vez, é um exame caro e expõe o paciente à radiação.
Os pesquisadores analisaram o sangue de 30 pacientes saudáveis e o de outros 100 com níveis diferentes de obstrução por gordura. Como as placas formadas no interior das artérias são envolvidas por uma camada de cálcio, a equipe buscou proteínas que atuam na metabolização do cálcio.
As proteínas, chamadas RANKL e MGP têm a função de fixar e retirar o cálcio que envolve as placas, respectivamente. Quando seus níveis estão elevados, os cientistas afirmam que é um indício da presença de gordura no sangue ou mesmo do início do processo de acúmulo. Assim, a vantagem da nova técnica é a capacidade de detectar as placas enquanto ainda estão começando a se formar.
Os médicos querem agora realizar mais pesquisas com um número maior de amostras para comprovar a descoberta.