Ciência

Evidência científica é encontrada a partir de história da Bíblia

Pesquisadores da Universidade de Cambridge fizeram uma descoberta que pode alterar cronologia do mundo antigo

 (Nasa/Divulgação)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 11h09.

Última atualização em 9 de novembro de 2017 às 14h56.

São Paulo – Uma nova evidência científica pode comprovar um trecho de uma história da Bíblia. Pesquisadores da Universidade de Cambridge indicam que o livro mais lido de todos os tempos contém o registro do eclipse mais antigo do qual se tem notícia.

Com uma nova teoria sobre os eclipses e as variações do movimento de rotação da Terra, o estudo indica que o eclipse bíblico pode ter sido anular (quando um anel de fogo é visível em torno da sombra da Lua).

Se validada pela comunidade científica, a descoberta pode alterar cronologia do mundo antigo. Ela determinaria com maior precisão o período do faraó Merneptá na dinastia egípcia, bem como o de seu predecessor imediato, Ramsés, o Grande. O eclipse pode ter acontecido na tarde do dia 30 de outubro de 1207 antes de Cristo.

Com o novo cálculo, o reinado de Merneptá teria começado entre 1210 ou 1209 A.C. Com isso, a época de Ramsés teria sido entre 1276 e 1210 AC, com precisão de mais ou menos um ano.

A hipótese científica foi criada a partir da interpretação de uma passagem da Bíblia, levando em conta que termos relativos a eclipses foram usados em traduções.

O trecho do Livro de Josué (10:12-14) é o seguinte:

"Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse na presença de Israel:
Sol, detém-se sobre Gibeão, e tu, Lua, sobre o Vale de Aijalom.
E o Sol se deteve, e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos.
Não está isto escrito no livro de Jasar? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro."

O eclipse reportado na Bíblia seria o único anular visível de Canaã no período entre 1500 e 1050 AC.

No entanto, historiadores e astrônomos ainda precisam continuar a investigar o caso.

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