Ciência

Evento preparativo para a COP26 ocorre nesta quinta-feira, em Milão

O evento antecipatório funciona como um termômetro do que deverá ser debatido e acordado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, discursa na cúpula pré-COP26, no Centro de Conferências de Milão (MIGUEL MEDINA/Getty Images)

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, discursa na cúpula pré-COP26, no Centro de Conferências de Milão (MIGUEL MEDINA/Getty Images)

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A partir desta quinta-feira, 30, autoridades e especialistas de todo o mundo se reúnem em Milão, capital econômica da Itália, para a pré-COP26. Trata-se de um evento preparativo para a 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, marcada para 1º a 12 de novembro, em Glasgow, Reino Unido.

O governo Bolsonaro ensaiou uma tentativa de melhorar a imagem no país no exterior, e deve aproveita a reunião para trabalhar a estratégia. Um sinal disto é o fato de que o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, começou a se aproximar previamente dos demais participantes para costurar um papel proeminente no evento, depois das últimas más impressões.

Em entrevista ao Estadão, ele explicou que pretende deixar o Brasil em lugar de destaque para definir como serão as normas mínimas para que haja um mercado mandatório de carbono global. “A ideia é que a gente chegue de forma melhor do que foi 2019”, comparou.

Para além da atuação externa, o governo pretende fazer do evento um palco de anúncios de medidas que foram ou serão aplicadas no país na área verde.

Pressionado pela comunidade internacional, em abril, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima organizada pelo presidente norte-americano Joe Biden, Bolsonaro antecipou em 10 anos o prazo para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa pelo País. Apesar de a proposta ter sido bem recebida, há dúvidas sobre como o Brasil trabalharia nessa direção, já que as medidas que serão adotadas para tal, até agora, não foram reveladas.

Contudo, considerando que cúpulas climáticas globais são, na maioria das vezes, marcadas por impasses nas negociações, espera-se que as evidências de alterações mais bruscas no clima criem o tom de urgência de resultados.

A COP21, em Paris, conseguiu a assinatura de um histórico acordo para manter o aumento médio da temperatura do planeta "bem abaixo" dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, com o compromisso de tentar limitar esse crescimento a 1,5ºC, mas já são vários os relatórios que mostram que o mundo não está fazendo o suficiente para cumprir essa meta.

Já a última cúpula climática da ONU, a COP25, em Madri, fracassou em regulamentar o mercado global de créditos de carbono. A edição deste ano é uma nova chance de fazer o acordo acontecer.

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