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Estudo indica como discutir em um relacionamento feliz

Ao analisar como 100 casais heterossexuais resolvem seus problemas, pesquisa relata que casais são mais felizes quando priorizam suas individualidades

Relacionamentos modernos: pesquisa estuda como melhorar a convivência (Getty Images/Reprodução)
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Maria Eduarda Cury

Publicado em 22 de setembro de 2019 às 08h59.

Última atualização em 22 de setembro de 2019 às 08h59.

São Paulo - Um dos principais problemas dos relacionamentos amorosos modernos está na falta de conversa e compreensão do outro - de forma que surgem, constantemente, muitas comparações com os casais à moda antiga. E, como em todo relacionamento, a resposta para uma convivência feliz é quase sempre a maneira de conversar e argumentar. Pensando nisso, psicólogos da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos , estudaram casais que estão há muito tempo juntos e como eles costumam resolver suas discussões.

Os pesquisadores analisaram mais de 100 casais, que se declararam felizes, heterossexuais e monogâmicos. Eles foram separados em dois grupos. Publicada no jornal Family Process, o estudo consistiu, inicialmente, um questionário para os entrevistados fazerem uma auto-avaliação. Eles deveriam apontar quais assuntos acham problemáticos na vida de casal. Enquanto resolviam - da melhor maneira - um aparente problema de relacionamento, as duplas observavam outros casais seguindo os seus conselhos.

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Os pesquisadores perceberam que casais que se declararam mais felizes apresentavam menos problemas graves a serem resolvidos, e discutiam com menor frequência do que os demais. Tais duplas também aparentavam apenas se preocupar com conflitos que poderiam realmente aprimorar o relacionamento. Os problemas que não eram possíveis de ser solucionados eram deixados para lá. De acordo com especialistas em psicologia de casais, isso nem sempre é uma boa escolha, mas pode evitar problemas que não necessariamente precisam ser visitados.

Essa estratégia de discutir apenas o necessário, segundo os pesquisadores - ainda que possa ser óbvia para alguns casais -, pode melhorar consideravelmente a convivência., Isso acontece porque as duas partes do casal aprendem a diferenciar conflitos importantes de conflitos necessários. A autora do estudo, Amy Rauer, professora de estudos sobre crianças e famílias, disse que casais felizes utilizam com mais frequência a abordagem estratégica. "Casais felizes tendem a adotar uma abordagem orientada para a solução de conflitos, e isso fica claro mesmo nos tópicos que eles decidem discutir", disse Rauer.

A pesquisa revelou que os casais se importavam mais em resolver problemas que giravam em torno de intimidade, lazer, tarefas domésticas, comunicação e dinheiro. Por outro lado, ciúmes, religião, família - temas considerados mais profundos e pessoais e, portanto, difíceis de se chegar em uma conclusão exata - foram pouco mencionados na categoria de questões indispensáveis.

Rauer disse que as questões difíceis são as que têm maior risco que levar ao fim do relacionamento. "Como essas questões tendem a ser mais difíceis de serem resolvidas, é mais provável que elas levem a menos felicidade conjugal ou à dissolução do relacionamento, especialmente se os casais não obtiveram nenhum sucesso anterior na solução de outros problemas conjugais", acrescentou Rauer, em um comentário no próprio estudo.

É preciso, portanto, entender o que é necessário e relevante de ser aprimorado em uma vida compartilhada e o que não é. Se intrometer em questões pessoais geralmente divergentes, como família, religião e outras, pode acabar gerando brigas desnecessárias - além de significar que um dos parceiros não entende completamente o outro, aumentando consideravelmente a proporção da discussão.

A falta de privacidade e individualidade em um relacionamento, em um século onde os seres humanos estão sendo frequentemente incentivados a abraçarem suas características e diferenças, pode se tornar um grande problema. O estudo conclui, portanto, que uma vida compartilhada estável e harmoniosa necessita de aceitação, espaço e, acima de tudo, compreensão de que a união não deve obrigar que o parceiro altere seu estilo de vida.

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