Estudo aponta imunidade de seis meses ao coronavírus
A nova pesquisa é mais complexa do que a análise de presença de anticorpos e é uma das maiores do seu tipo até agora
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coronavirus: vírus causa a doença chamada covid-19 (Getty Images/Getty Images)
Publicado em 4 de novembro de 2020, 09h39.
Última atualização em 4 de novembro de 2020, 12h32.
A imunidade ao novo coronavírus pode durar, pelo menos, seis meses, segundo um novo estudo feito por pesquisadores na Inglaterra. Os cientistas encontraram linfócitos T (também chamados de células T) com resposta imunológica robusta contra a covid-19 mesmo em pacientes que tiveram sintomas leves ou mesmo quadros assintomáticos da doença.
Feita com amostra de cem pacientes, a pesquisa contou com a participação de 20 pesquisadores do UK Coronavirus Immunology Consortium, uma aliança nacional de pesquisa da Inglaterra; da agência pública Public Health England; e da Manchester University NHS Foundation Trust. Foram analisados testes de covid-19 e exames de sangue de um total de 2.000 pacientes que não trabalham na área da saúde, entre os quais 100 tiveram diagnóstico de covid-19 no passado, e nenhum deles foi hospitalizado para tratar a doença. Entre os pacientes analisados na pesquisa, 77 eram mulheres e 23 eram homens. A idade média deles era de 41 anos.
Em pacientes que tiveram covid-19 seis meses antes, os pesquisadores identificaram a imunidade à doença. O tamanho da resposta das células T diferiu entre os 2 mil indivíduos analisados, sendo consideravelmente (50%) maior em quem teve quadro da doença sintomática no momento da infecção, seis meses antes da análise dos pesquisadores.
“A imunidade celular é uma peça complexa, mas potencialmente muito significativa do quebra-cabeça que é a covid-19, e é importante que mais pesquisas sejam feitas nesta área”, afirmou Shamez Ladhani, epidemiologista consultor da Public Health England e um dos autores do estudo.“Porém, os primeiros resultados indicam que as respostas das células T podem durar mais que a resposta inicial de anticorpos, o que pode ter um impacto significativo no desenvolvimento da vacina covid-19 e na pesquisa de imunidade.”
O estudo ainda requer uma formal revisão de pares, um processo de validação da comunidade científica. Por ora, ele está em uma etapa preliminar de publicação, conhecida como pre-print. Ainda assim, o estudo já foi publicamente elogiado por pesquisadores.
“Este excelente estudo fornece fortes evidências de que a imunidade das células T ao SARS-CoV-2 pode durar mais do que a imunidade aos anticorpos”, disse Charles Bangham, presidente de imunologia do Imperial College London, sobre o estudo. “Os dados são consistentes com observações anteriores sobre a imunidade das células T ao SARS - com o SARS, alguns pacientes apresentavam células T mais de 10 anos após a infecção, embora ainda não saibamos se este será o caso com covid-19.”
Os achados do novo estudo contrastam com uma pesquisa feita por pesquisadores do Imperial College London com 365 mil pessoas e divulgado em outubro deste ano. De acordo com a análise, o número de pessoas com os anticorpos necessários para lutar contra as infecções da covid-19 caiu em 26% durante no período estudado (de junho a setembro deste ano).
Ainda assim, o sistema imunológico é complexo e não envolve apenas anticorpos. A nova pesquisa é uma das maiores do seu tipo, por envolver análise celular. Porém, o tamanho a amostra de pacientes ainda impõe desafios ao total compreendimento da imunidade contra a covid-19 e, portanto, são necessários mais estudos sobre o tema -- ainda que os achados desta pesquisa sejam mais animadores do que os do último estudo de anticorpos.
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