Adesivo: o dispositivo conta com agulhas que, de tão microscópicas, não podem ser vistas à olho nu (Georgia Tech/Youtube/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2017 às 15h50.
Última atualização em 5 de julho de 2017 às 15h56.
O medo de agulha é real e possui até nome médico: aicmofobia. Para pessoas com esse distúrbio, o pavor de seringas e injeções faz com que o simples ato de comparecer a um posto de saúde para receber uma vacina vire um ritual de tortura.
Isso é ainda pior no que diz respeito a imunizações sazonais, como as da gripe.
Para ficar livre do vírus influenza, o aicmofóbico tem que repetir o sofrido processo e reforçar a dose pelo menos uma vez por ano.
Mas uma criação de pesquisadores americanos promete colocar fim a esse martírio. E o melhor, sem dor nenhuma, já que a solução está em um adesivo, que pode ser aplicado facilmente na própria pele.
O dispositivo conta com agulhas que, de tão microscópicas, não podem ser vistas à olho nu – e funciona tão bem quanto a “picadinha” convencional.
A técnica foi testada com sucesso em 100 pacientes, conforme descreve o estudo. As cobaias tinham entre 18 e 49 anos, e não foram imunizadas na temporada de vacinação 2014-2015 promovida nos EUA.
Uma vez na pele, o princípio ativo da vacina acessa o restante do corpo.
De acordo com os pesquisadores, a eficácia foi semelhante à obtida com as doídas injeções intramusculares, e a resposta imune continuou presente mesmo após seis meses.
Além de mandar para o espaço o medo de injeções, o adesivo permite a autoaplicação. Ou seja, elimina a necessidade de que você agende uma visitinha ao consultório do doutor.
“Normalmente, para conseguir uma vacina para gripe você precisa consultar um especialista de saúde, que irá aplicá-la usando uma agulha hipodérmica. A vacina precisa ser mantida na geladeira e a agulha utilizada tem que estar armazenada da forma correta”, explica Mark Prausnitz, um dos autores do estudo.
“No caso do método do adesivo, você poderia comprá-lo em uma farmácia e levar para casa. Após colocar em sua pele por alguns minutos e retirá-lo, o descarte pode ser feito de maneira segura – já que as microagulhas dissolvem em contato prolongado com a pele. Há também a vantagem dos adesivos poderem ser guardados fora da geladeira, o que os torna mais acessíveis”, completa o pesquisador.
A equipe pretende expandir os testes com o adesivo, realizando experimentos com um maior número de voluntários.
A ideia é expandir sua utilização também para outras doenças normalmente prevenidas por vacinas, como poliomielite, sarampo e rubéola.
Os cientistas dão mais detalhes sobre a criação no vídeo a seguir:
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.