Mulher procura objeto dentro da bolsa (Thinkstock)
Maurício Grego
Publicado em 28 de fevereiro de 2017 às 11h29.
Que atire a primeira pedra quem nunca perdeu um tempo vergonhosamente alto procurando um cartão do banco ou uma chave.
Pior ainda é quando se descobre que o objeto procurado estava bem na sua frente. Um trio de pesquisadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, trabalhou para entender por que é que a gente pode ser tão besta nessas buscas – e encontrou uma explicação simples.
Para o estudo, eles contaram com 14 voluntários que deveriam buscar, entre imagens de linhas curtas de igual comprimento desenhadas em diferentes ângulos, uma linha específica que estava com uma inclinação de 45° para a direita. Enquanto procuraram, os voluntários tiveram seus movimentos oculares rastreados por um dispositivo de gravação.
As imagens foram mostradas em uma tela de computador que estava dividida em duas metades, esquerda e direita.
E aí está um detalhe importante: o lado esquerdo era todo bagunçado, comum monte de linhas em ângulos diferentes.
O lado direito da tela, porém, estava mais organizado e tinha linhas mais padronizadas – o que significa que, se a linha procurada estivesse lá, seria facilmente encontrada.
O grande problema percebido pelos autores foi que as pessoas procuravam a linha sem pensar em qualquer estratégia lógica.
Eles descobriram que a maioria dos voluntários passou uma quantidade igual de tempo procurando em ambos os lados da tela, tanto o direito (mais organizado), quanto o esquerdo (mais caótico). Isso não é muito esperto porque um rápido olhar para o lado direito já revelaria se a linha procurada estava lá ou não.
A estratégia correta seria primeiro procurar rapidamente no lado mais organizado da tela e, ao perceber que o objeto não estava lá, passar o resto do tempo procurando no lado esquerdo.
Mas só um voluntário fez isso – todos os outros desperdiçam um bom tempo procurando em lugares onde o objeto claramente não estava.
É uma estratégia simples, mas eficaz: na próxima vez em que perder alguma coisa, olhe primeiro nos lugares mais organizados e só depois foque naqueles mais bagunçados.
O estudo foi publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences (2017). Via Medical Xpress.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da revista Superinteressante.