Ciência

Descoberto novo planeta suscetível de ter vida

Ross 128b é suscetível de abrigar sinais de vida, pois tem uma massa e temperatura superficial semelhantes às da Terra

Novo planeta Ross 128b descoberto pelo Observatório Europeu Austral (ESO) (Observatório Europeu Austral (ESO)/Divulgação)

Novo planeta Ross 128b descoberto pelo Observatório Europeu Austral (ESO) (Observatório Europeu Austral (ESO)/Divulgação)

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AFP

Publicado em 15 de novembro de 2017 às 14h48.

Um novo planeta acaba de ser adicionado à lista ainda restrita de bons candidatos para a busca de sinais de vida além do nosso Sistema Solar, anunciou nesta quarta-feira (15) o Observatório Europeu Austral (ESO).

Este último planeta, chamado Ross 128b, foi descoberto em torno de uma estrela na constelação de Virgem, localizada a apenas 11 anos-luz do Sistema Solar (um ano-luz equivale a 9.460 bilhões de km) da Terra.

"Ross 128b está muito próximo, o que nos permitirá observá-lo com um telescópio, como o E-ELT que está em construção para 2025", explicou à AFP Xavier Bonfils, astrônomo do CNRS no Observatório das Ciências do Universo de Grenoble.

Detectado pelo espectrógrafo HARPS, instalado no telescópio de 3,6 metros do ESO no Chile, o planeta orbita em torno de uma estrela anã (Ross 128) em 9,9 dias.

De acordo com os pesquisadores, Ross 128b é suscetível de abrigar sinais de vida: tem uma massa semelhante à da Terra (1,35 mais maciça) e "sua temperatura superficial também pode ser próxima da Terra", o que significa que poderia ser compatível com a presença de água no estado líquido, essencial para a vida tal como a conhecemos.

Além disso, este novo planeta orbita em torno de uma estrela "calma", o que possibilita uma atmosfera que resiste aos ventos e erupções estelares.

A equipe de Xavier Bonfils aguarda ansiosamente para que o Telescópio Gigante Europeu E-ELT (European Extremely Large Telescope) do ESO, em construção no Chile, entre em serviço para estudar Ross 128b mais precisamente e descobrir se ele realmente possui uma atmosfera adequada à vida e se sua densidade é suficiente para proteger o planeta da sua estrela (principalmente da incidência de raios-X).

A presença de uma atmosfera representa "o grande mistério para todos os exo-Terras (exoplanetas cuja massa é próxima da Terra) detectados até hoje", observa Xavier Bonfils.

Um mistério que, para os planetas candidatos menos distantes da Terra, poderia ser revelado com a chegada de uma nova geração de telescópios.

Após esta etapa, será preciso definir se esta atmosfera contém vestígios de oxigênio, de água ou metano, intimamente relacionados com a vida.

Ross 128b representa o exo-Terra temperado mais próximo de nós depois do Proxima b, cujo anúncio da descoberta fez um grande barulho em agosto de 2016. Este exoplaneta foi descoberto em órbita ao redor da estrela Proxima de Centauro, distante 4,2 anos-luz, um vizinho na escala do Universo.

Dos milhares de exoplanetas detectados até agora, cerca de cinquenta são considerados potencialmente habitáveis.

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