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Depois de dez anos tentando, Nasa consegue refletir laser na órbita lunar

Cientistas estavam tentando refletir o feixe de luz desde 2009, quando lançaram uma nave espacial para ficar próxima da superfície lunar

Nasa: feixe de luz emitido na França levou 2,5 segundos para ir e voltar da órbita lunar (Nasa/Divulgação)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 11h20.

Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 11h24.

Foram diversas tentativas em mais de dez anos, mas a Nasa finalmente conseguiu refletir um raio laser emitido da Terra na órbita lunar. O experimento iniciado em 2009 que consiste em emitir um feixe de luz de uma estação terrestre direcionado para uma nave espacial que orbita próximo da Lua pode ajudar os cientistas a entender melhor a concepção do universo e como os planetas e estrelas estão alinhados.

Conforme relata o estudo publicado na revista científica Earth, Planets and Space , o sinal laser viajou mais de 385 mil quilômetros partindo da estação Lunar Laser Ranging, na França, para a nave Lunar Reconnaissance Orbiter, lançada em 2009 e que não é tripulada. A espaçonave é equipada com uma espécie de espelho do tamanho de uma folha de papel, que é utilizado para refletir o raio laser.

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Os resultados obtidos com esta experiência podem auxiliar os cientistas a entenderem melhor a distância entre a Terra e a Lua . Ao que os pesquisadores já puderam observar, a Lua está se distanciando 3,8 centímetros por ano da Terra por conta dos impactos gravitacionais dos dois corpos. Os pesquisadores também descobriram que a luz emitida leva, em média, 2,5 segundos para retornar.

“Agora que estamos coletando dados há 50 anos, podemos ver tendências que não teríamos sido capazes de ver de outra forma”, afirmou Erwan Mazarico, cientista planetário do Goddard Space Flight Center, da Nasa. E não adianta ter pressa por resultados. “A ciência do alcance de um laser é uma maratona”, disse.

Este tipo de experimento não é exatamente novo. Cientistas da Nasa já haviam refletido lasers da Terra na Lua desde as missões Apollo, entre os anos 1960 e 1970. O problema é que os cinco equipamentos instalados pelos astronautas são considerados ultrapassados e já não funcionam tão bem. Por isso, a Nasa enviou uma nave para orbitar próximo à Lua. A operação custou mais de 500 milhões de dólares.

Refletores instalados nas missões Apollo ainda estão na Lua (Nasa/Divulgação)

Para Vishnu Viswanathan, outro cientista do Goddard Space Flight Center e que trabalha no experimento, é possível que as mediações deem aos cientistas mais informações para resolver grandes mistérios da ciência atual. Um deles é saber como os campos magnéticos da Lua foram extintos. Outra pergunta sem resposta é se a Lua tem um núcleo sólido em sua estrutura.

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