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Covid-19: megaestudo mostra reinfecção de apenas 7 a cada 100 mil

Estudo publicado no Reino Unido mostra chance 84% menor de pegar o novo coronavírus para quem já foi contaminado

Testes coronavírus (Andressa Anholete/Getty Images)
LA

Lucas Amorim

Publicado em 17 de abril de 2021 às 13h16.

Com mais de um ano já decorrido da pandemia, os casos de reinfecção por covid-19 são uma das grandes preocupações no radar. Esta semana, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi um dos reinfectados pelo novo coronavírus, após ter sido diagnosticado em maio do ano passado. Afinal, os anticorpos produzidos na primeira infecção dão conta de proteger contra novos contágios?

Uma resposta foi dada neste sábado, num megaestudo publicado no Reino Unido pela prestigiosa revista científica The Lancet. Mais de 25 mil pessoas participaram do estudo, que mirou profissionais de saúde. Desse grupo, cerca de 17 mil profissionais ainda não haviam sido infectados, segundo testes que detectavam anticorpos. Outros 8 mil havia contraído o vírus e se curado.

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E os resultados são animadores. Apenas 7,6 pessoas já contaminadas voltaram a testar positivo para covid-19 num grupo de 100 mil pessoas, ante 57,3 contágios a cada 100 mil no grupo que não tinha anticorpos entre junho de 2020 e janeiro de 2021.

A intervalo médio entre o primeiro e o segundo contágio foi de mais de 200 dias, sugerindo que a "proteção" é válida por pelo menos sete meses. A descoberta levou os pesquisadores a concluir que as pessoas que já testaram positivo para a covid-19 têm risco 84% menor de voltar a se contaminar. "O estudo mostra que infecções prévias de sars-cov-2 induzem imunidade efetiva para futuras infecções na maior parte dos indivíduos", afirma o estudo.

Ainda segundo o estudo, mais de 90% dos infectados com o novo coronavírus desenvolveram anticorpos cerca de uma semana após os primeiros sintomas, e mantinham os anticorpos por ao menos três meses. A duração da "proteção", afirma, o estudo, ainda é desconhecida, mas as novas descobertas mostram que pode durar por ao menos 7 meses.

Uma preocupação ainda em aberto é a capacidade das novas variantes do novo coronavírus ampliarem a possibilidade de um segundo contágio. Seria um risco adicional para a esperada imunidade de rebanho, atingida quando ao menos 60% da população já tem anticorpos contra a covid-19. O Brasil tem 13,8 milhões de casos de covid-19 e 25 milhões de vacinados com a primeira dose.

A garantia de proteção vem com a segunda dose. Mas mesmo que levemos em conta a primeira dose mais o número de já contaminados, chega-se a 39 milhões de pessoas, ou menos de 25% da população. Mesmo com os animadores resultados do The Lancet, o país está longe de uma proteção coletiva que dê tranquilidade contra o coronavírus.

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