Itália: estudo examinou 40 mostras de águas residuais coletadas entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020 (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 19 de junho de 2020 às 07h26.
Última atualização em 19 de junho de 2020 às 16h10.
O novo coronavírus já estava presente nas águas residuais das cidades de Milão e Turim, norte da Itália, em dezembro de 2019, dois meses antes do registro oficial do primeiro paciente de COVID-19, afirma um estudo do Instituto Superior da Saúde (ISS).
Um comunicado do instituto explica que o estudo examinou 40 mostras de águas residuais coletadas entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020.
"Os resultados, confirmados por dois laboratórios diferentes, com dois métodos distintos, confirmaram a presença de RNA", o ácido ribonucleico ou informação genética do SARS-Cov-2, nome do novo coronavírus, nas "mostras coletadas em Milão e Turim em 18 de dezembro de 2019", afirma o organismo.
Também foram encontrados traços idênticos em águas residuais de Bolonha (centro-norte) em 29 de janeiro de 2020, apesar de o primeiro caso de paciente com coronavírus na Itália ter sido detectado em 20 de fevereiro, perto de Milão.
O ISS explica que não há rastros do novo coronavírus nas mostras coletadas em outubro e novembro de 2019.
"Esta pesquisa pode ajudar a entender o início da circulação do vírus na Itália e fornece informações coerentes a respeito das análises realizadas na França, em mostras de pacientes hospitalizados que deram positivo em dezembro de 2019", afirma o instituto.
O ISS também cita um estudo espanhol que identificou rastros do novo coronavírus nas águas residuais de Barcelona em meados de janeiro, ou seja, quase 40 dias antes da identificação do primeiro caso autóctone na Espanha.