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Consumo excessivo de álcool pode alterar seus genes

Exames de sangue de 47 voluntários apreciadores de cerveja reveleram que dois genes essenciais podem sofrer mutações em caso de alto consumo de bebida

Novo estudo sugere o que já se suspeitava: beber além da conta muitas vezes pode viciar (Marcelo Tavares/VIP)
GG

Gustavo Gusmão

Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 07h05.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2019 às 07h05.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode afetar o funcionamento de alguns genes do seu corpo — e piorar o vício em álcool. É isso, pelo menos, que sugere um novo estudo feito por pesquisadores das universidades de Rutgers e Yale, nos EUA, baseado nos exames de sangue de 47 voluntários apreciadores de cerveja em diferentes níveis.

Os testes revelaram que, dentro do grupo, as pessoas que ingeriam mais álcool apresentavam modificações nos genes chamados PER2 e POMC. O primeiro influencia o relógio biológico do corpo, enquanto o segundo regula o sistema de reação a situações de estresse.

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As mudanças faziam com que os genes desses voluntários ficassem menos “expressivos” e criassem menos proteínas. Ou seja, a bebida afetava a eficiência de ambos. Os efeitos ficavam piores conforme a ingestão de álcool aumentava, segundo o estudo. E no caso de quem já bebia mais do que o normal, as alterações ainda foram associadas a um desejo maior por álcool.

“Esse estudo pode ajudar a explicar porque o alcoolismo é um vício tão poderoso”, disse o professor Dipak K. Sarkar, um dos autores do estudo. O consumo de álcool matou mais de 3 milhões de pessoas em 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde. “Talvez um dia a pesquisa também contribua com novas formas de tratar o problema ou mesmo de ajudar pessoas em situação de risco a não ficarem viciadas.”

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