Como funciona a Coronavac, a vacina chinesa que será testada no Brasil
A vacina contra o novo coronavírus da Sinovac Biotech será testada junto com o Instituto Butantan, segundo anúncio do governador de São Paulo, João Doria
Lucas Agrela
Publicado em 11 de junho de 2020 às 17h10.
Última atualização em 11 de junho de 2020 às 17h36.
A Coronavac é a nova esperança do Brasil para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus . A vacina foi desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech e será testada em 9.000 pessoas no Brasil por meio de uma parceria com o Instituto Butantan. A novidade foi informada hoje pelo governador do estado de São Paulo, João Doria, em uma coletiva de imprensa transmitida via internet.
A vacina foi criada com base no próprio vírus. Os pesquisadores da Sinovac Biotech criam uma cultura do vírus em laboratório, o deixam inativo e aplicam em pacientes. Com isso, a produção de anticorpos é estimulada pelo organismo humano, o que pode prevenir os sintomas graves da covid-19, que podem causar a morte. Com anticorpos específicos para a infecção, o organismo pode combater de forma mais eficiente o coronavírus, de modo a não causar grandes danos à saúde.
A Coronavac é uma entre as 130 que estão em testes no mundo. Os projetos mais promissores, o momento, são aqueles criados pela Sinovac, pela farmacêutica Moderna e pela Universidade de Oxford. O único que já está na fase 3 de testes é o da universidade britânica. A Moderna anunciou hoje a liberação para a terceira etapa, que começará em julho. E os testes que serão feitos no Brasil com a Coronavac também são da terceira fase.
Em estudos com animais, a vacina foi considerada segura e forneceu proteção ao primata macaco-rhesus. Os resultados foram publicados na revista Science. Os testes em humanos começaram em 16 de abril com 144 voluntários, com idades entre 18 e 59 anos. Os dados fazem parte do novo relatório A Corrida pela Vida, produzido pela EXAME Research, unidade de análises de investimentos e pesquisas da EXAME.
Por que no Brasil?
Os testes de vacinas precisam acontecer em locais em que a população esteja exposta ao vírus para que os pesquisadores possam identificar com mais facilidade se as pessoas realmente desenvolveram anticorpos para prevenir a infecção. Por causa disso, países como Brasil e Estados Unidos, os dois com mais casos da covid-19 no mundo, são lugares propícios para a realização de testes de vacinas em seres humanos.