Ciência

Cofundador da Moderna vê potencial para reforço anual de vacina

Noubar Afeyan, fundador da empresa, acredita que imunização se tornará rotina

Vacina: EUA preparam terceira dose para população já com esquema vacinal completo (Bing Guan/Bloomberg/Getty Images)

Vacina: EUA preparam terceira dose para população já com esquema vacinal completo (Bing Guan/Bloomberg/Getty Images)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 18 de agosto de 2021 às 17h32.

Com governos ao redor do mundo debatendo se autorizam doses de reforço de vacinas contra a Covid-19, o cofundador da Moderna, Noubar Afeyan, acredita que chegará o momento quando a imunização pode se tornar rotina.

“As autoridades de saúde pública terão que decidir se todos devem receber uma dose de reforço”, disse em entrevista ao programa “The David Rubenstein Show: Peer-to-Peer Conversations” da Bloomberg TV, transmitida na quarta-feira.

“Meu palpite é que, com tempo suficiente, podemos acabar em uma situação em que teremos, digamos, no mínimo, vacinações anuais, assim como a gripe”, disse Afeyan, que também atua como presidente do conselho.

Aprovação completa

Afeyan disse que a empresa espera nos próximos meses a aprovação completa dos EUA para a vacina contra a Covid-19 da Moderna, que atualmente tem autorização para uso emergencial. A empresa está testando um reforço de meia dose que “parece ser extremamente eficaz”, disse.

Líderes mundiais clamavam por acesso à vacina antes da aprovação, lembra Afeyan. “Recebi ligações que nunca pensei que receberia de muitos, muitos líderes de países”, disse. “Ninguém podia fazer nada. Legalmente, toda a oferta de vacina era propriedade do governo dos Estados Unidos.”

A incubadora Flagship Pioneering de Afeyan tem investido em várias tecnologias que, segundo ele, podem ajudar o mundo a se preparar para a próxima pandemia.

“Temos abordagens que usam aprendizado de máquina, sistemas de inteligência artificial, que estão literalmente modelando para onde esse vírus pode ir, com base em onde já esteve, e antecipando quais variantes veremos”, explicou. “Um dos resultados desta pandemia serão habilidades que não tínhamos antes, mas agora sabemos que precisamos.”

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