Cientistas poloneses descobrem primeira múmia egípcia grávida
"Esta múmia é realmente única. Não encontramos casos semelhantes. Isso significa que 'nossa' múmia é a única encontrada no mundo com um feto", afirmaram os cientistas
AFP
Publicado em 29 de abril de 2021 às 15h27.
Última atualização em 29 de abril de 2021 às 20h05.
Cientistas poloneses anunciaram, nesta quinta-feira (29), que descobriram uma múmia egípcia grávida, a primeira neste estado no mundo, quando tiravam raios-X de seus restos mortais de 2.000 anos no Museu Nacional de Varsóvia.
"Meu marido Stanislaw, egiptólogo, e eu, ao examinarmos as imagens radiográficas, notamos no útero da falecida uma imagem familiar a pais de três filhos: um pezinho!", declarou à imprensa Marzena Ozarek-Szilke, antropóloga e arqueóloga da Universidade de Varsóvia.
"Não sabemos por que o feto não foi retirado do útero da falecida durante sua mumificação", disse Wojciech Ejsmond, da Academia Polonesa de Ciências, que também participa no projeto.
"Esta múmia é realmente única. Não encontramos casos semelhantes. Isso significa que 'nossa' múmia é a única encontrada no mundo com um feto", ressaltou.
Ozarek-Szilke levantou a hipótese de que pode ter havido uma intenção de "esconder a gravidez (...) ou, talvez, tivesse algum significado ligado a crenças sobre o renascimento na vida após a morte".
De acordo com o estudo dos hieróglifos inscritos no sarcófago, inicialmente considerou-se que a múmia era de um sacerdote que viveu entre o século I a.C. e o século I d.C.
Os cientistas, no entanto, agora acreditam que pode ser ainda mais antiga e estão tentando descobrir a possível causa de sua morte.
A múmia não foi aberta, mas uma das radiografias mostra que a mulher tinha cabelos longos e encaracolados, que desciam até os ombros.
Esta descoberta foi anunciada na última edição do Journal of Archaeological Science, uma publicação revisada por pares.
"É o primeiro caso conhecido de um corpo embalsamado de gestante (...) Isso abre novas possibilidades para pesquisas sobre gravidez na antiguidade e práticas relacionadas à maternidade", destaca o artigo.
A múmia foi levada para a Polônia no século XIX e faz parte da coleção de antiguidades da Universidade de Varsóvia.
Está no Museu Nacional desde 1917 e está exposta no sarcófago.
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