Touch Surgery (Brendan Smialowski/AFP)
Marina Demartini
Publicado em 16 de julho de 2017 às 07h00.
Última atualização em 16 de julho de 2017 às 07h00.
São Paulo – Cientistas americanos fizeram uma descoberta que pode mudar a maneira como são feitos os testes de novos medicamentos para tratamento de doenças cardíacas. Eles anunciaram durante uma convenção da Associação Americana do Coração, em Portland, que conseguiram criar um coração humano miniatura. O que mais chama a atenção nessa novidade é que o pequeno órgão foi originado a partir do coração de um rato.
Para “criar” o coração, os pesquisadores retiraram as células do órgão e depois injetaram células humanas em seu lugar. Durante anos, os cientistas utilizaram o método Langendorff para a remoção do órgão de um animal. Nessa técnica, nutrientes e oxigênio são introduzidos a partir da aorta na rede de artérias do coração--o processo também é usado para injetar soluções que eliminam as células do órgão.
No entanto, para esta pesquisa, os especialistas americanos usaram uma técnica que introduz a solução não apenas nas artérias, mas também na rede de veias do coração. Desse modo, eles foram capazes de preservar a circulação em todo o órgão para manter o fluxo normal e estimular as câmaras cardíacas de expansão mecânica.
Os cientistas esperam que o mini coração possa ser usado para testar hormônios e medicamentos novos. Isso porque os exames seriam feitos em uma estrutura 3D e não apenas dentro um tubo de ensaio. Segundo os pesquisadores, os testes trariam resultados mais precisos sobre os impactos dos medicamentos nos animais e, consequentemente, nos seres humanos.
Além disso, se os pesquisadores conseguirem melhorar essa técnica, ela poderá ser usada na criação de órgãos para transplantes. O benefício disso seria a fabricação de corações mais adequados do que os que são doados atualmente, já que os órgãos seriam feitos a partir das células do próprio paciente. Isso eliminaria uma das maiores ameaças atuais dos transplantes: a rejeição do órgão.