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Cientistas criam 'capa de Superman' para proteger bactérias capazes de desenvolver medicamentos

Produção das bacterias especiais ajudou a reduzir a necessidade de energia, produtos químicos e tempo no cultivo

E. coli é modificada com membranas de polímeros para novas aplicações (Universidade do Sul da Dinamarca/Divulgação)
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 17h07.

Última atualização em 12 de dezembro de 2024 às 17h09.

Bactérias são fundamentais para diversas indústrias, como as químicas e farmacêuticas, desempenhando papéis essenciais na produção de cervejas, cremes faciais, biodiesel, fertilizantes, insulina e penicilina. Por outro lado, a utilização desses microrganismos tem um custo elevado em energia e impacto ambiental.

Para driblar esses desafios, uma equipe liderada pelo cientista Changzhu Wu, da Universidade do Sul da Dinamarca, desenvolveu uma solução inovadora.

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O grupo criou bactérias industriais mais resistentes, reduzindo a necessidade de energia, produtos químicos e tempo no cultivo, além de aumentar sua durabilidade. O avanço foi detalhado em um artigo publicado na revista Nature Catalysis nesta quarta-feira, 11.

E. coli é modificada com membranas de polímeros para novas aplicações

A principal inovação foi a criação de um subtipo "superpoderoso" da bactéria Escherichia coli. "Demos a ela uma 'capa de Superman' para melhorar suas capacidades de catálise", explicou Wu. Essa modificação tornou o microrganismo mais eficiente e sustentável, diminuindo sua demanda energética no processo de produção.

Embora conhecida por causar doenças transmitidas por alimentos, a E. coli é amplamente usada na fabricação de medicamentos como insulina e hormônios de crescimento. No entanto, seu uso em larga escala gera impactos ambientais devido às condições extremas necessárias para sua substituição, como altas temperaturas, radiação UV e solventes.

A equipe criou uma membrana de polímeros que envolve a bactéria, sem interferir em suas reações químicas. Essa "capa" protege as células e melhora sua eficiência, permitindo que sejam reutilizadas várias vezes.

"Essa abordagem torna as bactérias mais fortes e rápidas em reações químicas complexas, além de aumentar sua resistência", concluiu Wu.

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