Ciência

Cientistas chineses detectam manto lunar mais frio no lado oculto da Lua

Análises de amostras da missão Chang'e-6 revelam temperatura de 1.400 °C no manto do lado oculto, 100 °C inferior ao lado visível, descoberta publicada na ‘Nature Geoscience’

Novo estudo mostra diferença de temperatura entre os hemisférios da Lua (3d_kot/Getty Images)

Novo estudo mostra diferença de temperatura entre os hemisférios da Lua (3d_kot/Getty Images)

China2Brazil
China2Brazil

Agência

Publicado em 6 de outubro de 2025 às 18h56.

Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 19h20.

A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) e a Agência Chinesa de Energia Atômica (CNAEA) divulgaram os resultados mais recentes de pesquisas conduzidas pelo Instituto de Geologia de Pequim, pela Universidade de Pequim e pela Universidade de Shandong.

As análises das amostras coletadas pela missão Chang’e-6, que pousou no lado oculto da Lua, indicam que o manto lunar nessa região é mais frio do que o do lado visível, uma descoberta inédita que amplia o entendimento sobre as diferenças estruturais entre os dois hemisférios da Lua. Os resultados foram publicados no site da revista científica Nature Geoscience.

Quatro métodos confirmam cristalização a 1.100 °C 

Segundo os pesquisadores, a análise das amostras de basalto revelou a presença de clinopiroxênio, plagioclásio e outros minerais típicos. A equipe calculou a temperatura e a pressão de cristalização desses minerais por meio de três termobarômetros distintos.

Para validar os resultados, os cientistas também simularam o processo de cristalização do basalto Chang’e-6 em um modelo petrológico.

Os quatro métodos empregados indicaram resultados consistentes: a temperatura de cristalização do material do lado oculto é de cerca de 1.100 °C, aproximadamente 100 °C inferior às amostras do lado visível, como as obtidas pela missão Chang’e-5.

Com base na composição química total das rochas, os pesquisadores reconstruíram o magma original e estimaram a temperatura potencial do manto lunar.

div]:bg-bg-000/50 [&_pre>div]:border-0.5 [&_pre>div]:border-border-400 [&_.ignore-pre-bg>div]:bg-transparent [&_.standard-markdown_:is(p,blockquote,h1,h2,h3,h4,h5,h6)]:pl-2 [&_.standard-markdown_:is(p,blockquote,ul,ol,h1,h2,h3,h4,h5,h6)]:pr-8 [&_.progressive-markdown_:is(p,blockquote,h1,h2,h3,h4,h5,h6)]:pl-2 [&_.progressive-markdown_:is(p,blockquote,ul,ol,h1,h2,h3,h4,h5,h6)]:pr-8">

_*]:min-w-0 standard-markdown">

Diferença térmica média de 70 °C entre hemisférios

O cálculo indicou que o manto do lado oculto atinge cerca de 1.400 °C, enquanto o do lado próximo chega a aproximadamente 1.500 °C. Para confirmar a diferença térmica, a equipe utilizou dados de sensoriamento remoto, comparando áreas basálticas nos dois hemisférios da Lua.

A análise mostrou que a temperatura do manto no lado oculto é, em média, 70 °C mais baixa, corroborando os resultados obtidos nas amostras.

Acompanhe tudo sobre:LuaAstronomia

Mais de Ciência

Fósseis na Venezuela revelam detalhe impressionante sobre as anacondas

Albert Einstein estava certo? Como Marte pode comprovar teoria da relatividade

Ameba de fogo acende alerta sobre vida extraterreste

O último enigma de Stephen Hawking: o que existe além do universo?