Ciência

Cientistas afirmam ter regenerado osso com ondas de som

O método é mais rápido, mais eficiente e mais barato do que os experimentais já existentes, fazendo uso das células-tronco de pacientes com câncer ósseo

Células-tronco: a ideia é que, ao virarem células ósseas, elas sejam injetadas localmente ou até revestidas em um implante (Westend61/Getty Images)

Células-tronco: a ideia é que, ao virarem células ósseas, elas sejam injetadas localmente ou até revestidas em um implante (Westend61/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 5 de março de 2022 às 10h00.

Em um possível avanço na medicina regenerativa, cientistas do Royal Melbourne Institute of Technology, na Austrália, conseguiram regenerar o osso disparando ondas sonoras de alta frequência nas células-tronco do paciente.

“Nosso dispositivo é barato e simples de usar, então pode ser facilmente ampliado para tratar um grande número de células simultaneamente – vital para a engenharia de tecidos eficaz”, disse Leslie Yeo, coautor do estudo e professor do MRIT.

A ideia é que as células-tronco, ao virarem células ósseas, sejam injetadas localmente ou até revestidas em um implante para regenerar ou crescer o osso inteiramente novo. O método seria voltado para pacientes com câncer ósseo ou doenças neurodegenerativas.

Um pequeno dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores gera ondas sonoras em frequências acima de 10 megahertz, o que é superior ao espectro audível. Em um experimento, os pesquisadores atiraram essas ondas sonoras nas células-tronco por dez minutos por dia por apenas cinco dias, aumentando significativamente os processos.

As ondas sonoras reduzem em vários dias o tempo de tratamento geralmente necessário para que as células-tronco comecem a se transformar em células ósseas”, disse Amy Gelmi, pesquisadora do MRIT e coautora de um artigo sobre a pesquisa, e não o estudo em si.

O melhor de tudo, afirmam os pesquisadores, é que o método é mais rápido, mais eficiente e mais barato do que os experimentais já existentes, que tendem a ser mais dolorosos e invasivos.

“Este método também não requer nenhum medicamento especial ‘indutor de osso’ e é muito fácil de aplicar às células-tronco”, complementa Gelmi.

A equipe ainda precisa ampliar as pesquisas para que um dia o método seja usado por médicos, mas, dado aos baixos custos, os pesquisadores estão esperançosos que sua descoberta pode fazer parte da medicina regenerativa em breve.

Acompanhe tudo sobre:CâncerMedicinaPesquisas científicas

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus