Ciência

Água fora da Terra? Novo estudo questiona descoberta em exoplaneta

Com uma massa oito vezes superior à da Terra, o exoplaneta K2-18 b é descrito como uma "super-Terra", ou um "mini-Netuno"

Ilustração de exoplaneta (Nasa/JAY FRIEDLANDER AND BRITT GRISWOLD/Divulgação)

Ilustração de exoplaneta (Nasa/JAY FRIEDLANDER AND BRITT GRISWOLD/Divulgação)

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AFP

Publicado em 16 de maio de 2022 às 13h37.

Anunciada em 2019, a descoberta de água na atmosfera de um exoplaneta potencialmente habitável é posta em xeque por um novo estudo - indicou seu autor nesta segunda-feira, 16.

"É possível que haja vapor d'água ao redor do K2-18 b, mas, no momento, não estamos seguros", declarou o astrofísico Bruno Bézard, do Observatório de Paris-PSL.

Os cálculos realizados com os dados da época concluem que foi detectado metano, e não água, segundo o estudo publicado na última quinta-feira, 12, na Nature Astronomy.

Apesar disso, o cientista quer acreditar que "não há somente metano, mas também vapor d'água" na atmosfera do planeta, situado na constelação de Leão, a 110 anos-luz do sistema solar.

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O anúncio de 2019 sacudiu o mundo da astronomia, por se tratar do primeiro - e até agora único - exoplaneta situado na chamada "zona habitável". Isso significa que, como a Terra, não está nem muito perto, nem muito longe, de sua estrela para que exista água em estado líquido e a vida seja possível.

Com uma massa oito vezes superior à da Terra, o K2-18 b é descrito como uma "super-Terra", ou um "mini-Netuno".

O estudo de 2019 utilizou observações do telescópio espacial Hubble para analisar a luz filtrada através da atmosfera do planeta. Os resultados revelaram a assinatura molecular do vapor d'água, afirmaram seus autores à época.

A equipe de cientistas do Observatórios de Paris e do Instituto Max Planck alemão retomou agora esses dados. Embora não discutam a possibilidade de se detectar a presença de água, afirmam que os sinais registrados "poderiam ser, perfeitamente, de metano", segundo Bezard.

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Questionam, em particular, o fato de que o estudo de 2019 tenha descartado qualquer cenário, no qual a atmosfera contivesse metano, um gás composto por carbono e hidrogênio.

"Não está claro por que favoreceram os modelos em que não há metano", observou o cientista.

Lançado há poucos meses e muito mais potente do que o Hubble, o telescópio espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês) poderá ajudar a esclarecer a questão. Segundo Bézard, já está previsto um tempo de observação da atmosfera do K2-18 b.

"Com isso, poderemos determinar se há, efetivamente, vapor d'água e em que proporção", completou.

(AFP)

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