Exame Logo

Agência Europeia não recebeu sinais de sonda enviada a Marte

Astrônomos não conseguem determinar se o módulo pousou com segurança ou se chocou contra o solo marciano

Marte: a sonda interrompeu a transmissão em torno de 50 segundos antes de tocar o solo (Divulgação/ESA/DLR/FU Berlin)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 11h19.

Última atualização em 20 de outubro de 2016 às 11h34.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla original) confirmou que a sonda Schiaparelli, que deveria pousar em Marte nesta quarta-feira, 19, ainda não enviou sinais. Sendo assim, os astrônomos não conseguem determinar se o módulo pousou com segurança ou se chocou contra o solo marciano.

"Fizemos dois voos sobre o planeta e não obtivemos sinais", afirmou em entrevista coletiva nesta quinta Andrea Accomazzo, gerente de naves espaciais da agência. A sonda em forma de disco de 577 kg serviria como teste de algumas tecnologias visando o lançamento de uma veículo motorizado em 2020.

Veja também

A iniciativa chamada de ExoMars é uma união entre a ESA e a Roscosmos, agência espacial russa. Nas próximas semanas, os 22 países membros da ESA deverão decidir se pagarão os 300 milhões de euros (R$ 1,043 milhão) necessários para a segunda parte da missão.

Segundo a agência espacial, a sonda seguiu enviando sinais quando entrou na atmosfera do planeta e conseguiu abrir os paraquedas e o escudo térmico, programados para desacelerarem a nave, que caía a cerca de 21 mil km/h.

No entanto, os propulsores, que também diminuiriam a velocidade da sonda, funcionaram por poucos segundos, tempo inferior ao estipulado. A sonda interrompeu a transmissão em torno de 50 segundos antes de tocar o solo.

"Precisamos entender o que aconteceu nos últimos segundos antes do pouso planejado", declarou David Parker, diretor de voos espaciais tripulados e exploração robótica da ESA.

Apesar do corte de sinal, especialistas afirmam que a Schiaparelli conseguiu enviar aproximadamente de 600 megabytes de informação, o equivalente a 400 mil páginas. De acordo com Parker, "o experimento produziu um enorme montante de informações que iremos analisar nos próximos dias e semanas. Mas isso nos dá muita confiança sobre o futuro".

Apesar da dúvida sobre a Schiaparelli, a nave-mãe obteve sucesso em seu objetivo de entrar em órbita marciana. A Trace Gas Orbiter (TGO) irá vasculhar a atmosfera de Marte em busca de gases que comprovem a existência de vida. Lançadas em março deste ano de base no Casaquistão, a TGO e a Schiaparelli percorreram 500 milhões de quilômetros em sete meses de viagem.

Esta é a segunda tentativa europeia de enviar um robô ao solo de Marte. Em 2003, a Beagle 2, produzida por britânicos, também teve problemas na aterrissagem e não enviou respostas à Terra.

Apenas a Agência Espacial Norte-americana (NASA) conseguiu um aterrissar de forma segura no Planeta Vermelho, com as sondas motorizadas Spirit, Oportunity, ambas com pouso em 2004, e Curiosity, que tocou o solo de Marte em 2012.

Acompanhe tudo sobre:EspaçoEspaçonavesEuropaMarte

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Ciência

Mais na Exame