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Segunda reserva do Cantareira tem água até abril, diz Sabesp

Utilização da segunda reserva do volume morto do Sistema Cantareira depende da aprovação de agentes reguladores


	Captação da reserva técnica do Sistema Cantareira: nível do reservatório nesta quarta-feira era de 5,5 por cento
 (Divulgação/Sabesp)

Captação da reserva técnica do Sistema Cantareira: nível do reservatório nesta quarta-feira era de 5,5 por cento (Divulgação/Sabesp)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 13h51.

São Paulo - A segunda reserva do volume morto do sistema de represas Cantareira tem água para abastecer a região metropolitana de São Paulo até meados de abril de 2015, afirmou a presidente da empresa de abastecimento e saneamento Sabesp, Dilma Pena, nesta quarta-feira.

A executiva, que presta depoimento durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal de São Paulo, ressaltou que a projeção envolve cenário de persistência da seca que atinge o Estado desde o final de 2013.

"Iniciamos este mês um novo ano hidrológico e não tem nenhuma evidência que impeça um regime de chuvas normais", disse ela.

Nesta quarta-feira, o nível do principal sistema que abastece com água cerca de 9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, além de cidades do interior paulista, era de 5,5 por cento. Enquanto isso, o sistema Alto Tietê, que tem ajudado no abastecimento feito pelo Cantareira, está em 11,3 por cento e o Guarapiranga opera abaixo de 50 por cento deste o início desta semana.

O nível do Cantareira se refere apenas à primeira reserva do volume morto, uma vez que o volume útil - aquele em que a água está acima da altura das comportas das represas e não precisa ser bombeada para chegar às estações de tratamento - se esgotou em meados de julho.

A empresa pretende iniciar a utilização de uma segunda cota do volume morto, mas depende de autorizações de agências reguladoras. Segundo Pena, as obras para a utilização dessa reserva, de cerca de 100 milhões de metros cúbicos, estarão prontas em meados deste mês.

O Estado de São Paulo enfrenta em 2014 a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Temperaturas mais altas que a média do início do ano aliadas a chuvas fracas do período não recuperaram as represas para o período do inverno, quando a pluviosidade normalmente é significativamente menor.

Apesar disso, a Sabesp, controlada pelo governo do Estado de São Paulo, tem optado por mecanismos como captação de água de outros sistemas, descontos na conta de consumidores que economizam água e investimentos em campanhas de conscientização.

O depoimento de Pena ocorre depois da reeleição em primeiro turno do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ela chegou a ser convidada pela CPI da câmara municipal anteriormente, mas apenas nesta quarta-feira compareceu à reunião.

Perguntada se a gestão de água executada pela empresa está sofrendo ingerência política diante do período eleitoral, a executiva afirmou que a estratégia de enfrentamento da crise hídrica foi iniciada em 1o de fevereiro, com a implantação de sistema de desconto nas tarifas. "Toda a estratégia de transferência de água é uma ação estritamente de engenharia", afirmou.

Em meio a reclamações de falta de água na capital paulista e uma série de anúncios de racionamento no interior do Estado, Pena admitiu "falta de água pontual" na cidade de São Paulo.

"Não existe racionamento, existe sim, não nego, falta de água pontual em áreas muito altas, muito longe de reservatórios, e também em residências com muitas pessoas e que tenham reservação muito pequena", afirmou a presidente da Sabesp aos vereadores paulistanos.

Segundo ela, a Sabesp não fará rodízio de fornecimento de água na capital paulista porque isso poderia gerar risco sanitário em termos da qualidade da água servida à população. "Não é a solução mais inteligente. Temos condição de administrar isso", afirmou ela em meio a questionamentos de vereadores sobre o nível de perdas de água registrado pela companhia.

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