Viver em um barco ou apartamento à beira-mar? A cidade brasileira que oferece casas sobre as águas
Itajaí atrai velejadores de diversas regiões e de outros países, que optam por morar a bordo de suas embarcações na mesma região ao invés de alugar casas ou apartamentos
Repórter de Casual
Publicado em 27 de setembro de 2024 às 10h00.
Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 10h20.
Com aluguéis que ultrapassam os R$ 10 mil em bairros como Beira-Rio, o município de Itajaí , no litoral norte de Santa Catarina, tem vivido um crescimento acelerado no mercado imobiliário, e registrou uma valorização de 90% nos últimos cinco anos. A cidade avançou da quinta para a terceira posição no ranking nacional de valorização do metro quadrado, segundo o levantamento mais recente da FipeZap.
Conhecida também como o maior polo náutico do Brasil,Itajaí atrai velejadores de diversas regiões e de outros países, que optam por morar a bordo de suas embarcações na mesma região ao invés de alugar casas ou apartamentos, e ainda garantem uma ‘vista permanente para o mar’.
Na Marina Itajaí, cerca de 10 famílias moram a bordo de veleiros.O complexo náutico está localizado no coração da cidade, próximo a supermercados, comércios, hospital, farmácia e oferece infraestrutura como internet, estacionamento, lavanderia, vestiário, segurança 24h, além de conveniência e restaurante. Além disso, fica ao lado do Centreventos, espaço que recebe o maior campeonato de vela do mundo, a The Ocean Race.
Um exemplo é o velejador e engenheiro Vinicius Freitas, que mora há sete anos em um veleiro, e há quatro anos com a companhia esposa arquiteta, Luciana Tenorio.
"Eu entrei para o mundo da vela aos 14 anos, através de competições. Naquela época, ao observar os veleiros maiores, que pareciam verdadeiras casas flutuantes, nasceu um desejo muito forte de ter o meu próprio barco e morar nele. Hoje, moro com a minha esposa a bordo do veleiro Nomad Wind, de 32 pés na Marina Itajaí. Quando nos casamos, ela aceitou o desafio de viver em um barco, e o mais interessante é que ela nunca havia tido qualquer contato com a vela, nunca havia velejado e, provavelmente, jamais havia pensado em morar a bordo. Mas, mesmo assim, topou a ideia e hoje vivemos essa aventura juntos”, diz.
O veleiro do casal pode ser comparado a um apartamento de um quarto com vista para a Beira-Rio, cujo aluguel médio na localização mais nobre da cidade gira em torno de R$ 5 mil, fora o condomínio.
A embarcação dispõe de um quarto com cama de casal, sala com sofá que se transforma em uma cama de casal extra, um banheiro com chuveiro e água aquecida, além de uma cozinha equipada com fogão, geladeira, pia com água quente e espaços de armazenamento tanto internos quanto externos.
O casal gasta mensalmente R$ 2,3 mil pela vaga molhada na Marina Itajaí, o que inclui internet, segurança e assistência 24 horas, além de comodidades como lavanderia, vestiário e estacionamento. Já a manutenção mensal para um veleiro desse porte custa cerca de R$ 1.000.
"A Marina Itajaí é o nosso lar desde 2017, quando trouxe o veleiro Nomad para cá. A escolha foi simples: ela está localizada no centro da cidade, o que facilita muito a nossa rotina. Além disso, a estrutura oferecida nos dá tranquilidade em relação às mudanças climáticas e facilita o acesso a manutenção de todo tipo. Outra vantagem é a comunidade de velejadores que encontramos aqui. Temos muitos amigos com quem podemos navegar, trocar ideias e experiências sobre os barcos. Nós amamos velejar e estar no mar, além de acordar todos os dias com esta vista privilegiada”, conta Vinicius.
“Nossa região é reconhecida como um dos principais polos náuticos do Brasil, o que atrai ainda mais navegadores. Durante a pandemia, chegamos a ter mais de 30 famílias morando a bordo, incluindo crianças e até animais de estimação. Este ambiente acolhedor e seguro faz da Marina Itajaí um lugar especial para quem deseja viver sobre as águas", diz Carlos Gayoso de Oliveira, diretor da Marina Itajaí.