Paulo Serrano, gerente-geral da The Body Shop no Brasil. (The Body Shop/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 2 de junho de 2021 às 08h31.
Última atualização em 2 de junho de 2021 às 08h32.
Pioneira em práticas de ESG no universo dos cosméticos, a The Body Shop anuncia mais um passo rumo à sustentabilidade. Desta vez, expandindo a pauta do veganismo em seu portfólio. Até o fim de 2023, todos os produtos de seu portfólio serão certificados pela The Vegan Society e contarão com o logo vegano. Atualmente, 60% dos produtos não utilizam ingredientes de origem animal, valor que se refere a 3.700 matérias primas. Com exclusividade a Casual EXAME, Paulo Serrano, gerente-geral da marca no Brasil, conta sobre os novos planos da marca.
Desde o lançamento da marca, em 1976, na Inglaterra, o posicionamento da The Body Shop sempre foi voltado aos “Negócios como uma forma para o bem”. Um exemplo foi o pioneirismo da marca ao criar uma campanha contra testes em animais no meio dos cosméticos. “Em 1988 lançamos uma campanha contra testes em animais que levou à proibição de testes em todo o Reino Unido e em seguida impactou uma mudança na lei da União Europeia”, comenta Serrano.
O desenvolvimento de ações alcançou, em 2018, a ONU, após recolherem mais de 8 milhões de assinaturas ao redor do mundo e levando o tema do fim dos testes em animais, como pauta para as Nações Unidas.
Agora a meta da empresa é atingir um portfólio 100% vegano. “Um bom exemplo é o sucesso que tivemos com o relançamento da linha Lolita em 2020, no Brasil. A nova fórmula permitiu aumentar a fixação da fragrância e da hidratação, tanto o perfume quanto a linha corporal agora são livres de ingredientes de origem animal”, comenta Serrano. Já com os produtos corporais, as novas fórmulas ganharam texturas aveludadas e livres de silicones. “A alteração das fórmulas, fez com que esta linha de produtos, exclusiva no portfólio do Brasil, aumentasse 2,1p.p. sua participação na receita da marca”, adiciona.
O veganismo também é uma pauta crescente entre os consumidores. Dados do Google Trends mostram que a popularidade do veganismo está agora em seu ponto mais alto globalmente, com muitas pessoas pesquisando e se informando sobre o assunto. Além disso, na última pesquisa do Ibope, em 2018, 14% das pessoas se declaram veganas no Brasil. “O consumo consciente é uma tendência que não pode ser ignorada e veio para mudar o mundo, e a The Body Shop abraçá-la vai de encontro com os ideais da marca”, afirma.
Além do consumo consciente, os clientes podem participar de ações da marca, como o programa de logística reversa, feito em parceria com o Terracycle. São aceitas nas lojas embalagens vazias de cosméticos de qualquer marca, que são encaminhadas para a reciclagem correta. Se as embalagens forem de produtos The Body Shop, a cada cinco recipientes, o consumidor recebe um creme de mãos em troca.
A pauta das embalagens e geração de resíduos, porém, tem seus dias contados, visto que no mundo, até o final do ano, haverá 500 lojas com postos de recarga. “Este projeto é de extrema importância para o Brasil e América Latina, que possuem suas especificidades regulatórias, e seguimos atuando fortemente com o nosso time especialista para poder lançar o projeto o quanto antes”, diz Serrano.
Ainda que no ano passado o consumo de cosméticos tenha aumentado no país, as lojas ficaram fechadas por um bom tempo. Assim, para a marca, houve uma reformulação do e-commerce. “Ampliamos nossa atuação no delivery, em outros canais digitais e avançamos em nossa estratégia omnicanal, mantendo o nosso DNA de marca varejista, atuando em parceria e proximidade com nossa rede de franqueados, responsáveis pela maior parte das lojas”, explica Serrano.
Com mudanças no varejo, para este ano a marca pretende reforçar seus valores com os consumidores. “Queremos estar cada vez mais fortes para gerar a melhor experiência para nosso consumidor em qualquer ponto de contato que ele possa e queira ter conosco”, finaliza.
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