São Paulo – Quem assistiu ao jogo entre Uruguai e Itália, pela última rodada da primeira fase da Copa do Mundo de 2014, na tarde de ontem, (quase) não teve dúvidas. Ao que tudo indica, o craque uruguaio Luis Suárez mordeu o ombro do italiano Giorgio Chiellini a poucos minutos do fim da partida.

O lance não foi visto pelo árbitro no momento em que aconteceu e virou piada nas redes sociais. No entanto, os envolvidos não viram graça.

A FIFA exige explicações do jogador até às 17h desta quarta-feira e, enquanto isso, um de seus colegas já está empenhado em sua defesa. Em texto publicado pelo jornal The Telegraph, o zagueiro e capitão do Uruguai Diego Lugano criticou Chiellini e disse que não viu nada nas imagens de TV que incriminassem o amigo.

“O que eu vi foi uma luta e uma foto de Chiellini, que mostrou uma cicatriz antiga. Você tem que ser estúpido para imaginar que a cicatriz é recente, muito estúpido”, disse. Ele ainda declarou, de acordo com a publicação, que o italiano deveria ser mais homem para aceitar a derrota e corrigir os erros cometidos.

A imprensa uruguaia também não parece aceitar facilmente o que as imagens apontam, tratando o caso como sendo de uma “suposta” mordida. Reportagem do site do jornal El Observador mostrou que a polêmica se transformou em uma caça a Suárez por parte da imprensa inglesa.

Chamou a atenção dos uruguaios o fato de que as capas dos cadernos esportivos dos principais jornais britânicos foram dedicadas à mordida, algo que não teve tanta atenção nem da imprensa italiana. O Daily Telegraph Sport, por exemplo, chegou a acusar Suárez de monstro e pediu que fosse banido.

Outros defensores da seleção do país chamaram os ingleses de hipócritas, segundo o Telegraph. O argumento está no fato de que os críticos estão muito empenhados em prejudicar o time sul-americano, mas não se lembram de que, na Copa de 1966, a Inglaterra venceu a Alemanha na final com um gol polêmico, não aceito por muitos até hoje. 

Ainda não se sabe qual será o destino de Suárez, mas pelo visto ele não assumirá o erro. O jogador, que já tem um histórico de morder adversários (em 2010 e 2013), negou o ataque. "São coisas do jogo. Me choquei com seu ombro, mas não houve nada. Somos todos jogadores de futebol", disse. Será que cola?