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“Só notamos o design quando ele falha”, diz Sagmeister

Renomado designer austríaco Stefan Sagmeister virá ao Brasil para falar sobre design, vocação e felicidade

Stefan Sagmeister fez um poster com cicatrizes em seu próprio corpo para divulgar palestra em congresso do American Institute of Graphic Arts, em Detroit, em 1999 ( Stefan Sagmeister / Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2013 às 12h19.

São Paulo – Criatividade, irreverência e felicidade são palavras diretamente ligadas ao trabalho do designer Stefan Sagmeister. Referência na área de criação, com diversos prêmios por seus projetos, o austríaco vai se apresentar em Porto Alegre, no dia 13 de junho (Hotel Sheraton, às 19h30), para falar sobre vocação e como o design pode fazer as pessoas mais felizes.

Como forma de aplicar esse estilo de vida, ele tem o costume de, após sete anos de trabalho, tirar um ano sabático para viajar, aprender e criar relações. Os frutos disso são, além de uma experiência mais intensa, o reconhecimento internacional, a participação em ações de grandes marcas como Levi’s, HBO, Adobe e Red Bull, e a produção de capas de álbuns de bandas e artistas como Lou Reed, David Byrne, Rolling Stones, OK Go e Aerosmith.

Antes de falar ao público brasileiro, Sagmeister, trazido pela Will Meeting School, Agência Matriz e Altos Eventos, contou para EXAME.com um pouco do que pensa sobre a relação entre felicidade e design. Confira a seguir.

EXAME.com - Como design e felicidade estão relacionados?

Stefan Sagmeister – Cada profissão, na verdade, cada ato que eu pratico está, de alguma forma, relacionado com felicidade. Há uma famosa citação do matemático francês Blaise Pascal que diz que mesmo a pessoa que se suicida faz isso porque pensa que isso vai fazê-la mais feliz, isto é, ela estará melhor morta. Então é claro, isso provado, felicidade também é relacionada a design: posso ser mais feliz como um designer? Posso fazer outras pessoas felizes com meu design?

EXAME.com - Um produto de design pode fazer alguém mais feliz?

Sagmeister – Atualmente mais de 50% da população mundial vive em cidades. Para essa parte da população, TUDO em volta dela foi desenhado, desde as lentes de contato até as roupas, a cadeira, o quarto, a casa, a rua, o parque, a cidade. Esses ambientes projetados desempenham exatamente o mesmo papel para o morador da cidade que a natureza faz para um indígena vivendo em uma floresta tropical.

Eles podem ser bem ou mal desenhados. Eles vão fazer a diferença.

Claro que há muitos produtos por aí que fazem nossa vida mais fácil, mas nós tendemos a percebê-los quando eles falham gravemente. Eu posso estar em um avião decolando e ignorar completamente o fato que ele é realmente um incrível pedaço de design. Eu irei perceber isso quando nós cairmos.

EXAME.com – Em 1999, o senhor fez um anúncio em seu próprio corpo, onde as informações foram escritas com cicatrizes. Eu acredito que isso foi doloroso. Isso poderia também ser relacionado a ”felicidade”, mesmo que significasse dor?

Sagmeister – Bem, nós fizemos aquele pôster como uma reação a todas as palestras de design que fingem que todos nós estamos em uma profissão colorida e feliz. Eu quis mostrar que há também alguma ansiedade e medo em torno de nossa profissão. Então, não, aquilo não teve a ver com felicidade. Nós provavelmente poderíamos ter “photoshopado” o poster AIGA Detroit, em vez de cortar as letras em minha pele. Eu acho que os resultados são mais autênticos e o processo mais interessante (e doloroso).

EXAME.com – O senhor ainda tem as cicatrizes?

Sagmeister – Não, também foi bem curado, eu tenho a pele muito saudável.

EXAME.com – O conceito de “felicidade” é algo muito particular para cada pessoa. Então, como o design pode atingir o maior número de pessoas e fazê-las felizes?

Sagmeister – Eu tenho um conhecido que está trabalhando duro em um aplicativo que refina as descobertas de pesquisa sobre felicidade em um mix diário de agenda, tarefas e jogos. Eu acho que isso tem uma chance. Ele será publicado em 3 ou 4 meses.

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São Paulo – Criatividade, irreverência e felicidade são palavras diretamente ligadas ao trabalho do designer Stefan Sagmeister. Referência na área de criação, com diversos prêmios por seus projetos, o austríaco vai se apresentar em Porto Alegre, no dia 13 de junho (Hotel Sheraton, às 19h30), para falar sobre vocação e como o design pode fazer as pessoas mais felizes.

Como forma de aplicar esse estilo de vida, ele tem o costume de, após sete anos de trabalho, tirar um ano sabático para viajar, aprender e criar relações. Os frutos disso são, além de uma experiência mais intensa, o reconhecimento internacional, a participação em ações de grandes marcas como Levi’s, HBO, Adobe e Red Bull, e a produção de capas de álbuns de bandas e artistas como Lou Reed, David Byrne, Rolling Stones, OK Go e Aerosmith.

Antes de falar ao público brasileiro, Sagmeister, trazido pela Will Meeting School, Agência Matriz e Altos Eventos, contou para EXAME.com um pouco do que pensa sobre a relação entre felicidade e design. Confira a seguir.

EXAME.com - Como design e felicidade estão relacionados?

Stefan Sagmeister – Cada profissão, na verdade, cada ato que eu pratico está, de alguma forma, relacionado com felicidade. Há uma famosa citação do matemático francês Blaise Pascal que diz que mesmo a pessoa que se suicida faz isso porque pensa que isso vai fazê-la mais feliz, isto é, ela estará melhor morta. Então é claro, isso provado, felicidade também é relacionada a design: posso ser mais feliz como um designer? Posso fazer outras pessoas felizes com meu design?

EXAME.com - Um produto de design pode fazer alguém mais feliz?

Sagmeister – Atualmente mais de 50% da população mundial vive em cidades. Para essa parte da população, TUDO em volta dela foi desenhado, desde as lentes de contato até as roupas, a cadeira, o quarto, a casa, a rua, o parque, a cidade. Esses ambientes projetados desempenham exatamente o mesmo papel para o morador da cidade que a natureza faz para um indígena vivendo em uma floresta tropical.

Eles podem ser bem ou mal desenhados. Eles vão fazer a diferença.

Claro que há muitos produtos por aí que fazem nossa vida mais fácil, mas nós tendemos a percebê-los quando eles falham gravemente. Eu posso estar em um avião decolando e ignorar completamente o fato que ele é realmente um incrível pedaço de design. Eu irei perceber isso quando nós cairmos.

EXAME.com – Em 1999, o senhor fez um anúncio em seu próprio corpo, onde as informações foram escritas com cicatrizes. Eu acredito que isso foi doloroso. Isso poderia também ser relacionado a ”felicidade”, mesmo que significasse dor?

Sagmeister – Bem, nós fizemos aquele pôster como uma reação a todas as palestras de design que fingem que todos nós estamos em uma profissão colorida e feliz. Eu quis mostrar que há também alguma ansiedade e medo em torno de nossa profissão. Então, não, aquilo não teve a ver com felicidade. Nós provavelmente poderíamos ter “photoshopado” o poster AIGA Detroit, em vez de cortar as letras em minha pele. Eu acho que os resultados são mais autênticos e o processo mais interessante (e doloroso).

EXAME.com – O senhor ainda tem as cicatrizes?

Sagmeister – Não, também foi bem curado, eu tenho a pele muito saudável.

EXAME.com – O conceito de “felicidade” é algo muito particular para cada pessoa. Então, como o design pode atingir o maior número de pessoas e fazê-las felizes?

Sagmeister – Eu tenho um conhecido que está trabalhando duro em um aplicativo que refina as descobertas de pesquisa sobre felicidade em um mix diário de agenda, tarefas e jogos. Eu acho que isso tem uma chance. Ele será publicado em 3 ou 4 meses.

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