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Skatistas veteranos se reúnem em arena para “maiores de 35”

Encontro acontece toda segunda-feira à noite para matar a saudade do esporte e dos amigos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 12h13.

São Paulo – O Parque da Juventude Cittá Di Maróstica, em São Bernardo do Campo, não recebe apenas crianças e adolescentes, como o nome poderia sugerir. Toda segunda-feira, de 19h a 22h, a pista de skate do lugar vira uma arena exclusiva para maiores de 35 anos. Marcos de Mello Neto, de 42, é um deles. Skatista e dono da loja de surf e skate Toobsland, ele comparece aos encontros quando sobra tempo.

“Nem sempre dá para ir segunda-feira porque eu trabalho até 22h aqui na loja, mas domingo eu sempre estou por lá”, afirma. Para ele, o melhor de pegar a estrada e ir a um encontro como esse é a chance de rever amigos. “É bom porque você acaba encontrando pessoas que andavam com você na época da adolescência. Muita gente que parou de andar faz 15 ou 20 anos resolve voltar. Está acontecendo muito isso”, diz.

Charles Putz, empresário de 50 anos e responsável pela construção da primeira pista de skate vertical (em formato de U) do país, em 1977, não costuma ir com frequência ao encontro por causa da distância, mas concorda com Neto. Ele considera que, além da possibilidade de encontrar os amigos, uma reunião só com pessoas da mesma faixa etária dá espaço para quem precisa retomar o ritmo, depois de anos sem andar, e para quem já não tem o mesmo fôlego da adolescência.

“Durante o dia tem muita gente para andar, é mais quente, então esse horário acaba sendo melhor também”, afirma. Mas, apesar de haver um horário específico para pessoas de mais de 35 anos, Putz e Neto garantem que não há segregação ou preconceito ligado a idade ou a habilidades no skate. Tanto que a categoria de skatistas acima de 30 anos se chama “master”, a dos maiores de 35 é “grand master” e dos com mais de 40 se chama “legend”.

Por não terem condições de ir toda semana ao encontro em São Bernardo do Campo, eles frequentam pistas abertas a todas as idades e não sentem hostilidade por terem passado dos 40. “O skate não tem esse lance da divisão. Não é a idade que determina o que alguém pode ou não pode fazer. Tem pessoas até com mais de 35 andando melhor do que meninos de 14 ou 15 anos. Na pista, tem vez pra todo mundo, não tem discriminação”, diz Neto.

Putz afirma que skate já foi uma coisa de gangue, com um perfil mais territorialista, em que os grupos só deixavam usam a pista quem fosse realmente bom, mas acredita que isso é coisa do passado.

“Eu não sei se existem horários ou lugares onde ainda é assim, mas eu tenho visto um ambiente de muita solidariedade. Numa pista, não tem uma fila indiana. O skatista tem que impor a sua vez, mas todos respeitam quando ele quer entrar na pista”, afirma. E é por esse clima positivo, a oportunidade de rever os amigos e ainda pela prática do esporte, que a paixão pelo skate permanece depois dos 35.

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São Paulo – O Parque da Juventude Cittá Di Maróstica, em São Bernardo do Campo, não recebe apenas crianças e adolescentes, como o nome poderia sugerir. Toda segunda-feira, de 19h a 22h, a pista de skate do lugar vira uma arena exclusiva para maiores de 35 anos. Marcos de Mello Neto, de 42, é um deles. Skatista e dono da loja de surf e skate Toobsland, ele comparece aos encontros quando sobra tempo.

“Nem sempre dá para ir segunda-feira porque eu trabalho até 22h aqui na loja, mas domingo eu sempre estou por lá”, afirma. Para ele, o melhor de pegar a estrada e ir a um encontro como esse é a chance de rever amigos. “É bom porque você acaba encontrando pessoas que andavam com você na época da adolescência. Muita gente que parou de andar faz 15 ou 20 anos resolve voltar. Está acontecendo muito isso”, diz.

Charles Putz, empresário de 50 anos e responsável pela construção da primeira pista de skate vertical (em formato de U) do país, em 1977, não costuma ir com frequência ao encontro por causa da distância, mas concorda com Neto. Ele considera que, além da possibilidade de encontrar os amigos, uma reunião só com pessoas da mesma faixa etária dá espaço para quem precisa retomar o ritmo, depois de anos sem andar, e para quem já não tem o mesmo fôlego da adolescência.

“Durante o dia tem muita gente para andar, é mais quente, então esse horário acaba sendo melhor também”, afirma. Mas, apesar de haver um horário específico para pessoas de mais de 35 anos, Putz e Neto garantem que não há segregação ou preconceito ligado a idade ou a habilidades no skate. Tanto que a categoria de skatistas acima de 30 anos se chama “master”, a dos maiores de 35 é “grand master” e dos com mais de 40 se chama “legend”.

Por não terem condições de ir toda semana ao encontro em São Bernardo do Campo, eles frequentam pistas abertas a todas as idades e não sentem hostilidade por terem passado dos 40. “O skate não tem esse lance da divisão. Não é a idade que determina o que alguém pode ou não pode fazer. Tem pessoas até com mais de 35 andando melhor do que meninos de 14 ou 15 anos. Na pista, tem vez pra todo mundo, não tem discriminação”, diz Neto.

Putz afirma que skate já foi uma coisa de gangue, com um perfil mais territorialista, em que os grupos só deixavam usam a pista quem fosse realmente bom, mas acredita que isso é coisa do passado.

“Eu não sei se existem horários ou lugares onde ainda é assim, mas eu tenho visto um ambiente de muita solidariedade. Numa pista, não tem uma fila indiana. O skatista tem que impor a sua vez, mas todos respeitam quando ele quer entrar na pista”, afirma. E é por esse clima positivo, a oportunidade de rever os amigos e ainda pela prática do esporte, que a paixão pelo skate permanece depois dos 35.

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