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Seleções trazem manteiga de amendoim e parmesão para Copa

Times estão dependendo de uma equipe profissional cada vez maior de chefs e nutricionista

Lionel Messi recebe uma garrafa de isotônico após partida contra a Nigéria (Edgard Garrido/Reuters)

Lionel Messi recebe uma garrafa de isotônico após partida contra a Nigéria (Edgard Garrido/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 17h20.

Berlim/São Paulo - Quando se trata de seus pés, você é o que você come.

As seleções desta edição da Copa do Mundo dependem de uma equipe profissional cada vez maior de chefs e nutricionistas, que tratam a comida como combustível tanto para o corpo quanto – com pratos próprios de seus países – para a mente.

Os italianos trouxeram massa, queijo parmesão e vinho, os suíços, muesli e chocolate, e os americanos, caixas de manteiga de amendoim e geleia.

Ao mesmo tempo, nutricionistas como Danielle LaFata, que trabalha com a seleção dos EUA, estão fazendo de tudo para que os jogadores sejam capazes de suportar o calor sufocante dos estádios de futebol do Brasil com alimentos como kiwi e bananas, para substituir o potássio perdido no suor, e seis garrafas de água por dia.

Para LaFata, o cardápio é um exercício de equilíbrio que inclui o familiar, o saudável e até o sabor do Brasil.

“Nós fazemos todo o possível para incorporar a cultura e ao mesmo tempo manter alguns sabores familiares”, disse LaFata, em entrevista na sede do São Paulo Futebol Clube, onde a seleção americana treina.

“Os jogadores amam o feijão brasileiro, por isso toda refeição agora tem o feijão com arroz brasileiro”.

A partida de amanhã em Recife é crucial para saber se os jogadores dos EUA provarão mais comidas locais antes de voltarem para casa.

A Alemanha é favorita, segundo a Ladbrokes, que dá aos EUA apenas 10 por cento de chances de vitória. Ambas as seleções precisam de pelo menos um empate para garantir seus lugares na próxima fase.

Se não for o caso, o vencedor avançará. O perdedor pode até conseguir se classificar também, mas dependerá do resultado de uma partida jogada simultaneamente, entre Portugal e Gana.

Proteína, carboidrato

Os cardápios incluem proteína, carboidrato e gorduras saudáveis e contam com ervas e especiarias com propriedades anti-inflamatórias em vez de sal para temperar.

O abacate é campeão na preferência. Para combater o calor, os jogadores normalmente comem frutas e vegetais extras, que são 80 a 90 por cento água.

Em Manaus, contudo, a seleção decidiu evitar produtos frescos depois que colegas de LaFata de outras seleções sugeriram que a higiene da cidade não era das melhores.

Isso não é dieta de baixa caloria. Jogadores de futebol de elite precisam de quatro porções de carboidratos por dia, disse LaFata, contra apenas uma recomendável para pessoas comuns.

Essa é a razão de o ataque dos EUA ter corrido tanto contra Portugal. Um jogador de linha corre 10 a 13 quilômetros em uma partida, variando entre o trote e o sprint.

4.000 calorias

Para fazer isso, os jogadores precisam de 3.000 a 4.000 calorias por dia, dependendo de seu tamanho e de quantas vezes eles treinam por dia, disse Hans Braun, professor da Universidade Esportiva de Colônia, na Alemanha. Essa quantidade é duas vezes a recomendada para pessoas menos ativas.

A seleção alemã recusou um pedido de entrevista. Antes do início da Copa do Mundo, o chef da equipe, Holger Stromberg, disse a jornais alemães que serve clássicos germânicos como spätzle, uma massa de ovos da parte sul do país, e griessbrei, uma espécie de mingau normalmente feito para crianças.

Um torcedor que durante uma partida consome um saco de batata frita de 200 gramas e dois copos de cerveja está ingerindo 1.500 calorias, exemplificou Braun. Isto é aproximadamente o que um atleta queima no mesmo período de tempo. “Eles comem a mesma quantidade de calorias que um jogador precisa, mas eles não se mexem!”, disse Braun.

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