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Radiografias dentárias regulares aumentam propensão a tumores

Pesquisadores americanos sugerem que exames anuais podem não ser o melhor para a maioria dos pacientes

Os cientistas descobriram uma relação direta entre a limpeza dos dentes e uma incidência menor de infarto e AVC (AFP/Arquivo / Attila Kisbenedek)

Os cientistas descobriram uma relação direta entre a limpeza dos dentes e uma incidência menor de infarto e AVC (AFP/Arquivo / Attila Kisbenedek)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2012 às 11h59.

Washington - As pessoas que realizam radiografias dentárias regularmente são mais propensas a sofrer um tipo comum de tumor cerebral, disseram pesquisadores americanos nesta terça-feira, sugerindo que os exames anuais podem não ser o melhor para a maioria dos pacientes.

O estudo, publicado na revista americana Cancer, mostrou que as pessoas que foram diagnosticadas com meningioma tinham duas vezes mais chances que um grupo saudável de controle de informar ter realizado um exame de radiografia interproximal, que consiste em colocar um filme de raios X em uma placa presa pelos dentes.

Os que disseram realizar uma radiografia anual deste tipo tinham entre 1,4 e 1,9 vezes mais chances que um grupo de controle de desenvolver tumores cerebrais, segundo o estudo.

Além disso, as pessoas que informaram fazer uma radiografia panorâmica anual - que mostra toda a dentição e é feita com um equipamento que faz uma circunferência ao redor da cabeça do paciente - eram de 2,7 a 3 vezes mais propensas a desenvolver câncer.

Um meningioma é um tumor que se forma na membrana que envolve o cérebro ou na medula espinhal. Na maioria das vezes é benigno e de crescimento lento, mas pode produzir deficiências ou ser potencialmente fatal.

A pesquisa, dirigida por Elizabeth Claus, da escola de medicina da Universidade de Yale, se baseia em dados de 1.433 pacientes americanos que tiveram tumores diagnosticados entre os 20 e os 79 anos.

Para comparar, os pesquisadores consultaram os dados de um grupo de controle de 1.350 indivíduos que tinham características similares, mas que não foram diagnosticados com um meningioma.

Atualmente, os pacientes dentais estão expostos a níveis de radiação mais baixos que no passado, mas o estudo deve incentivar dentistas e pacientes a reavaliar quando e por que os raios X dentários são utilizados, segundo Claus.

"O estudo proporciona uma oportunidade ideal para que na saúde pública seja tomada uma maior consciência sobre o uso dos raios X dentários, que, diferentemente de muitos fatores de risco, é modificável", disse.

 

O modelo da Associação Dentária dos Estados Unidos (ADA) é que as crianças realizem uma radiografia dentária a cada um ou dois anos, os adolescentes a cada um ano e meio a três anos, e os adultos a cada dois ou três anos.

A ADA disse em 2006 que havia poucas evidências para promover a realização habitual de radiografias de toda a boca em pacientes sem nenhum sintoma.

Michael Schulder, chefe adjunto do departamento de neurocirurgia do Instituto de Neurociência de Cushing, que forma parte do North Shore Long Island Jewish Health System, em Nova York, disse não estar surpreso com a descoberta.

"Isto não deveria ser uma surpresa, diante da conexão entre a radiação e o desenvolvimento de meningiomas que se estabeleceu em outros contextos", disse Schulder, que não esteve envolvido na pesquisa.

"A possibilidade de que estes tumores apareçam em pacientes que foram radiografados anualmente continua sendo baixa. No entanto, os dentistas e seus pacientes devem considerar seriamente realizar raios-X com menos frequência que a anual, a menos que os sintomas indiquem a necessidade de imagens", acrescentou.

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