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Quer ir para a Disney durante a pandemia? Só se for em Xangai

Parque temático na capital financeira da China reabriu hoje – e já com ingressos esgotados

DISNEY EM XANGAI: China começa a retomar a normalidade, mas com atenção a uma possível nova onda de contágio  (Aly Song/Reuters)

DISNEY EM XANGAI: China começa a retomar a normalidade, mas com atenção a uma possível nova onda de contágio (Aly Song/Reuters)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 11 de maio de 2020 às 06h50.

Última atualização em 11 de maio de 2020 às 18h06.

No momento em que você estiver lendo este texto, pouco mais de 25 mil pessoas já terão passado pelas catracas do Shangai Disneyland, o primeiro parque temático da franquia a abrir as portas em meio à pandemia da covid-19. A inauguração aconteceu hoje, dia 11, depois de quatro meses fechado – e já com os ingressos esgotados, um sinal de avidez dos chineses pela volta ao consumo.

As entradas foram todas vendidas em minutos, pelo site, na manhã de sexta-feira passada. O ingresso nessa primeira fase de reabertura custará 399 yuans, o equivalente a 56 dólares, nos dias de semana.

Isso sim, os frequentadores do parque precisam agora seguir regras bastante rígidas de segurança, a começar pela limitação de visitantes. A capacidade máxima, de 80 mil pessoas, ficará a restrita a um terço neste primeiro momento. Entre as medidas de prevenção estão o distanciamento social nas filas dos restaurantes e medidas de higienização e desinfecção.

A reabertura do parque de Xangai é um primeiro passo da Disney em busca da recuperação econômica. O lucro da Walt Disney Co caiu 91%, a 475 milhões de dólares, no primeiro trimestre deste ano, devido aos efeitos da pandemia e a um alto investimento em seu novo serviço de meios de comunicação por streaming Disney+.

Já para o segundo trimestre, a empresa prevê um impacto de 1,4 bilhão de dólares, devido ao fechamento dos parques de diversões e outras operações. Os parques temático nos Estados Unidos, Hong Kong e Paris não têm previsão de retorno às atividades.

A partir do dia 20 de maio, um número limitado de lojas e restaurantes no shopping Disney Springs, nos arredores de seus resorts em Orlando, será reaberto. Esses estabelecimentos, porém, não são de propriedade da Disney, e sim de investidores que compraram a licença de operação.

A divisão de parques temáticos da Disney contribuiu com cerca de 46% da receita operacional nos 12 meses encerrados em setembro de 2019, mais do que o dobro do lucro do negócio de entretenimento, segundo dados da Bloomberg.

O retorno da operação da Disneyland de Xangai não é um caso único no país. O Conselho do Estado Chinês aprovou no sábado passado a reabertura de espaços fechados como cinemas, academias, bibliotecas e museus, diante do aparente controle do novo coronavírus no país.

Esses estabelecimentos terão de estabelecer um limite para o número de visitantes e operar sob medidas especiais de prevenção. Hotéis, restaurantes e mercados passarão também a operar novamente, em regime de trabalho regular e não mais de emergência.

A flexibilização das normas de segurança se deve a uma suposta baixa do número de ocorrências. Mas talvez seja cedo para comemorar – e liberar o acesso dos centros de entretenimento aos visitantes. Autoridades sanitárias chinesas relataram pela primeira vez em mais de um mês a descoberta de um novo caso de coronavírus em Wuhan, berço da pandemia.

Com 14 casos de covid-19 diagnosticados até a sexta-feira passada, a China registra a maior alta de contaminações desde o dia 28 de abril. A Comissão Nacional de Saúde, porém, informou que o caso descoberto em Wuhan era assintomático. Oficialmente, a China declara 82.901 casos de infecções e 4.633 mortes.

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