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Psicologia rasa compromete o drama "Prenda-Me"

Drama francês estreia no Rio de Janeiro e Porto Alegre

Atriz Sophie Marceau em cena do drama francês "Prenda-me" (Reprodução/Filme)

Atriz Sophie Marceau em cena do drama francês "Prenda-me" (Reprodução/Filme)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 17h16.

São Paulo - O drama francês "Prenda-me" é um caso curioso. Toda denúncia social que faz, mesmo por vias tortas, e os psicologismos que usa para justificar as personagens, afinal, mostram-se tão frágeis que transformam a situação, as figuras e a trama em mero suspense - que nem a experiente dupla de atrizes, Miou-Miou e Sophie Marceau, segura por muito tempo. O filme estreia no Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Dez anos atrás, uma mulher (Sophie Marceau), matou seu marido abusivo (Marc Barbé). Agora, às vésperas da prescrição do crime, ela procura a polícia para se entregar. Na época, a morte foi dada como suicídio: ele caiu de uma sacada. Para sorte da protagonista e azar da comissária de plantão, Pontoise (Miou-Miou), a noite será longa, pois esta se recusa a fazer o boletim de ocorrência.

Em primeiro lugar, a policial não quer dor-de-cabeça. Para evitar que as pessoas procurem ajuda naquela delegacia, chega a ficar com as luzes apagadas. Ainda assim, a outra personagem insiste. O crime a consome, ela procura paz. Flashbacks dão conta da relação tumultuada entre essa mulher e seu marido, e como se desenvolveu a relação dela com o filho, Cedric (Arthur Buyssens).

Trabalhando a partir de um romance de Jean Teulé, o diretor que também assina o roteiro, Jean-Paul Lilienfeld, calca a narrativa na tensão entre as duas mulheres, confinadas a uma sala que mais parece um porão, na delegacia. A protagonista insiste em se entregar, a outra, sempre na recusa.

Para sustentar esse jogo, Lilienfeld fala da legítima defesa. A comissária insiste na questão, desliga o computador, ameaça a outra mulher, já que precisa cozinhá-la em banho-maria até a meia-noite, quando ocorre a prescrição do crime.

Quando esse estratagema já não se sustenta, a trama traz à tona o passado de Pontoise que, coincidente e convenientemente (para a narrativa e a outra mulher), dialoga com o daquela que está à sua frente.

Não há dúvidas de que o tema é sério, importante e um filme sobre ele é relevante. Mas Lilienfeld está mais interessado em conectar os pontos e justificar as ações do que mergulhar no que há de humano nessas personagens, o que prejudica a liberdade e a fluidez do filme.

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