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Projeto capta verba e ajuda pequenas livrarias prejudicadas na pandemia

Até o momento, já foram arrecadados, por meio de depósitos e transferências, R$ 250 mil. O dinheiro será destinado a 50 livrarias independentes

Livrarias: pequenos empreendedores prejudicados durante a quarentena poderão receber ajuda do projeto Retomada das Livrarias (Kryssia Campos/Getty Images)

Guilherme Dearo

Publicado em 21 de julho de 2020 às 11h54.

Última atualização em 21 de julho de 2020 às 12h59.

Criado há um mês pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o projeto Retomada das Livrarias colhe os primeiros frutos e amplia sua forma de arrecadação. A ideia é levantar, com pessoas físicas e jurídicas, dinheiro para ajudar pequenas livrarias e microlivrarias prejudicadas pelo fechamento das lojas por cerca de três meses como medida para evitar a disseminação do coronavírus.

Até o momento, já foram arrecadados, por meio de depósitos e transferências, R$ 250 mil. O dinheiro será destinado a 50 livrarias selecionadas entre as mais de 200 que já se inscreveram para receber o auxílio.

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Os organizadores esperam aumentar ainda mais esse valor, e o projeto, idealizado pelo livreiro e editor Alexandre Martins Fontes, acaba de ser incluído na plataforma Kickante, de financiamento coletivo. A meta é arrecadar R$ 300 mil nos próximos 24 dias e é possível contribuir com cotas que vão de R$ 10 a R$ 10 mil. Continua, porém, sendo possível fazer a doação diretamente para a conta corrente da Câmara Brasileira do Livro (Itaú, agência 0180, conta 15288-6; CNPJ 60.792.942/0001-81).

Outra campanha de financiamento coletivo em andamento, a +Livros é uma iniciativa do Catarse, que quer criar um fundo de R$ 750 mil para apoiar os pequenos livreiros, mas também autores e editores independentes. A campanha foi lançada no dia 15 já com R$ 430 mil na conta. Hoje, menos de uma semana depois, o saldo ultrapassa R$ 455 mil. As doações podem ser feitas até o dia 19 de agosto e interessados em receber o apoio ainda podem ser inscrever. Como no projeto da CBL, haverá uma seleção.

Enquanto isso, Elisa Ventura, proprietária da Blooks, sem conseguir linha de crédito ou apoio do governo e ainda sofrendo com o fechamento de suas lojas enquanto a concorrência começa a reabrir - só uma, a do Shopping Frei Caneca, está funcionado; as outras estão dentro de cinemas, que seguem fechados -, aceitou a sugestão de um amigo e lançou uma campanha na plataforma Benfeitoria no sábado, 18, à noite.

"Eu não tinha a intenção de fazer isso, mas esse amigo me convenceu dizendo que a Blooks não era só minha, mas um patrimônio do Rio que não podia fechar. Outros amigos se mobilizaram e estão oferecendo coisas como contrapartida", conta. Tradicional no Rio, a livraria de Elisa está presente em São Paulo no Reserva Cultural, além do Frei Caneca.

 

"Tomar essa decisão foi muito difícil, mas é uma tentativa de sobreviver. Com essa rede de solidariedade e de amor que está sendo formada, já passamos de 10% da meta." Outro efeito positivo do lançamento: no dia seguinte, domingo, 19, as vendas online aumentaram.

A campanha Blooks Resiste tem o objetivo de arrecadar R$ 80 mil até 2 de setembro e aceita contribuições de R$ 30 a R$ 1 mil - neste caso, a contrapartida é um vale no mesmo valor para usar nas lojas.

E se não der certo? "Não posso pensar nisso. Considero fechar loja, sim, mas tenho que conseguir abrir para poder pensar se vou precisar fechar. Estou vivendo o dia seguinte e, agora que outras livrarias já estão funcionando, a situação vai ficando ainda mais difícil. Antes, estávamos no mesmo barco."

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