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Preparador de goleiros holandês foi mentor de ousada mudança

Havia mais alguém além do técnico holandês após defesas de Tim Krul, goleiro reserva da seleção que defendeu duas cobranças de pênalti da Costa Rica

O holandês Tim Krul defende o pênalti de Bryan Ruiz no jogo contra a Costa Rica (Michael Dalder/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 13h08.

Rio de Janeiro - Quando Tim Krul defendeu duas cobranças de pênalti da Costa Rica e classificou a Holanda para as semifinais da Copa do Mundo , todas as atenções se voltaram a Louis Van Gaal, que trocou os goleiros no último minuto da prorrogação, mas havia mais alguém por trás da façanha.

Enquanto o comandante concedia entrevista coletiva cheio de orgulho, Frans Hoek, preparador de goleiros da seleção holandesa, foi o encarregado de suportar o ataque de ira do titular Jasper Cillessen, que segurou o empate por 120 minutos. O goleiro ficou irritado por uma substituição que apenas três pessoas sabiam.

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Poucos esperavam que a favorita Holanda acabasse sofrendo com Costa Rica e que tudo fosse decidido em uma disputa de pênaltis. Assim foi o que aconteceum e Hoek sabia que Krul sairia do banco para tentar se consagrar.

"Antes de subir ao ônibus, Frans Hoek me disse que se a partida fosse para os pênaltis e sobrasse uma substituição, eu entraria em campo para jogar. Mas ele pediu para que eu não se contasse a meu companheiro para não desconcentrá-lo", revelou Krul, o herói da equipe nas quartas de final.

Em campo desde o primeiro segundo de jogo, Cillessen se surpreendeu quando teve que deixar o gramado. Após cumprimentar o companheiro na linha lateral, pegou uma garrafa de água e a atirou contra o banco visivelmente irritado. Hoek, um dos idealizadores da façanha, apenas observou a cena tranquilamente.

"Vi que Krul estava aquecendo e o que pensei é que o treinador queria tê-lo pronto. Fiquei um pouco zangado, queria jogar os pênaltis, mas o técnico tomou uma decisão pelo bem da equipe. Quero pedir desculpas. Não sabia que era uma situação já prevista, foi um choque para mim", afirmou Cillessen.

Dois dias antes, o francês Gérard Houllier, membro do grupo de estudo técnicos da Fifa e ex-treinador, já tinha classificado Hoek como um verdadeiro talento ao falar da importância do treino específico com os goleiros.

Mas quem é Frans Hoek? Trata-se de um preparador de goleiros metódico, que acompanhou Louis Van Gaal em várias ocasiões ao longo da carreira. Bem antes disso, foi goleiro do Volendam, da Holanda, entre 1973 e 1986. Depois, começou a desenvolver um trabalho que hoje coloca em prática.

Integrou a comissão técnica de equipes como Ajax, Volendam, Barcelona, seleção da Polônia, Bayern de Munique e da seleção Holanda em duas oportunidades, a última agora, na qual finalmente saiu do anonimato graças a uma disputa de pênaltis previamente calculada. Antes de enfrentar a Costa Rica, estudou a cobrança dos adversários na fase anterior, na qual a Grécia foi eliminada.

Krul, um goleiro que só tinha defendido dois pênaltis em 20 durante toda a carreira, treinou durante sete semanas para melhorar o próprio desempenho. Depois, acrescentou à preparação os vídeos de Hoek sobre os costarriquenhos. Quando foi a campo, o goleiro já sabia tudo o que tinha que fazer.

O responsável pelo que aconteceu foi Hoek. O preparador escolheu Krul com muito tempo de antecedência. Com 1m93 de altura e grande envergadura, era considerado um potencial pegador de pênaltis e foi preparado exaustivamente para levar a Holanda às semifinais.

A Argentina será o último obstáculo da equipe europeia antes da grande final. Enquanto Van Gaal pensa em outra estratégia para chegar à decisão no Maracanã, Hoek volta a se refugiar no anonimato para dar continuidade ao trabalho muitas vezes pouco notado, mas que pode brilhar novamente a qualquer momento.

Homem de confiança de Van Gaal, que acompanhará o técnico na ida ao Manchester United, o preparador planeja o que fazer para outra possível decisão em pênaltis, dessa vez contra a Argentina, nesta quarta-feira, às 17h (horário de Brasília), na Arena Corinthians, em São Paulo, por uma das semifinais da Copa do Mundo.

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