TAG Heuer Carrera Sport Chronograph (Divulgação/Divulgação)
Rodrigo França
Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 09h55.
O ano de 2020 foi um dos mais desafiadores da história da humanidade, mas para muitos negócios, a pandemia trouxe oportunidade de grandes avanços. No automobilismo, esta máxima ficou evidenciada neste último domingo no encerramento da temporada da Porsche Carrera Cup Brasil, com a disputa dos 500 Km em São Paulo, prova que teve cobertura exclusiva de Exame.
Com 30 carros no grid e incluindo entre seus pilotos Felipe Massa, Nelsinho Piquet, Ricardo Zonta e Lucas di Grassi, só para ficar entre os nomes com passagem pela Formula 1 e as principais categorias do mundo (como Formula E, WEC, Nascar etc), a categoria comandada pelo empresário Dener Pires viu sua prova final trazer um pouco do requinte de tradicionais corridas de endurance, como a das 24 Horas de Le Mans, onde este repórter já esteve cobrindo por sete vezes a prova que, junto com o GP de Mônaco de F1 e a Indy-500, forma a tríplice coroa do esporte a motor.
Claro, a pandemia não permitiu as tradicionais atrações fora das pistas – na França, a roda gigante ou os shows musicais são tão disputados quanto os lugares nos luxuosos camarotes de marcas famosas. E foi justamente neste lado glamouroso que a Porsche aproveitou para fazer seu diferencial. “A pandemia trouxe muitos desafios, mas conseguimos manter forte nosso evento justamente pensando na exclusividade, dando um tratamento a nossos parceiros e pilotos de nível internacional”, diz Dener Pires, diretor da Porsche Cup.
De fato, em pleno camarote que dava vista para os boxes de Interlagos duas atrações eram justamente um novo lançamento que está ligado a história do esporte, mas de uma área diferente: a dos relógios. Em Interlagos, muitos puderam ver pela primeira vez os novos modelos Carrera Sport Chronograph. Eles fazem parte da linha de relógios Carrera, que nasce no mundo do automobilismo.
“A história das marcas de relógio se envolvendo no esporte nasceu em Le Mans, inclusive da necessidade de grandes lendas do esporte, como Enzo Ferrari, de querer equipamentos cada vez mais eficientes de medição de tempo. E este casamento ficou ainda mais célebre quando a Heuer se associou a Porsche e Steve McQueen. Eu mesmo me tornei fã das marcas e do esporte vendo o filme Le Mans, de 1971", diz o CEO da TAG Heuer, Freddy Rabbat. “Por isso, no Brasil faz todo sentido o envolvimento com uma categoria como a Porsche Carrera Cup, que tem este mesmo DNA e paixão pela precisão, tecnologia e performance como nós", completou.
Além da exibição dos novos modelos a potenciais clientes, a marca teve um dos destaques da prova no grid com a dupla Ricardo Baptista e Lucas di Grassi. Como melhor representante do Brasil na história das 24 Horas de Le Mans (ele conquistou um segundo lugar, feitos também conquistados por Raul Boesel, José Carlos Pace e, em 2020, Bruno Senna), o piloto acredita que o automobilismo é o esporte ideal para este tipo de associação.
“Tudo no esporte a motor é ligado ao tempo. Várias marcas de relógio hoje são muito fortes por esta ligação de um esporte onde milésimos de segundo faz tanta diferença. Eu mesmo já perdi a conta de quantas corridas ganhei e perdi por esta margem ínfima – lembro que a corrida da Formula E no México aconteceu exatamente isso. Então, estar em um esporte onde tecnologia, precisão e performance são tão importantes é um palco ideal para associar sua marca e expor novos produtos", diz Lucas di Grassi.
Ele e Ricardo Baptista ficaram com a segunda colocação nos 500 Km em Interlagos, sendo superados por Nelsinho Piquet e Fran Lara. “Estou muito feliz, essa vitória estava batendo na trave há alguns anos, já tinha ficado em segundo com o Alan Hellmeister, mas foi muito bom vencer pela primeira vez em disputa com pilotos tão bons. Foi uma corrida disputada até as últimas voltas, foram 500 Km e uma diferença de dois ou três segundos apenas. É sempre bom terminar o ano assim”, diz o filho do tricampeão mundial de F1, Nelson Piquet.
Além de uma corrida movimentada e com estrelas internacionais, muitos dos convidados VIP puderam viver experiências únicas – daquelas que o dinheiro não compra, como acelerar novos lançamentos da Porsche no autódromo de Interlagos a mais de 200 km/h, como Exame já mostrou anteriormente.
Ou então de carona a bordo dos Porsche Carrera Cup de corrida – os mesmos que acelerariam horas depois – com pilotos profissionais. Este repórter, por exemplo, foi junto com Dennis Dirani, que, em dupla com Miguel Paludo, largou na pole position entre os 30 carros da prova. “Todo mundo fala que é melhor que montanha-russa", diz Dirani – olha aí mais uma semelhança com as 24 Horas de Le Mans (mas, no caso brasileiro, com um pouco mais de exclusividade).
“A gente ama o esporte a motor e vê nele uma ótima plataforma de negócio. Todos aqui tiveram claro um ano muito difícil na pandemia, mas soubemos nos adaptar e manter este ambiente em que todo mundo pode vir fazer o que ama, que é correr, acelerar, e, claro, também promover um ótimo marketing de relacionamento", diz Dener Pires, lembrando que absolutamente todos que estavam em Interlagos no último final de semana e em toda temporada tinham que ter testes negativos de RT-PCR, além de todo cuidado com distanciamento, pontos de álcool em gel etc.
Isso pode ser visto no caso do próprio lançamento da nova coleção Carrera da Tag Heuer. Aliás, nada mais apropriado para um evento deste magnitude do que um “solo sagrado” como o do autódromo de Interlagos.
“Em 1962, o então CEO Jack Heuer ouviu a história da lendária corrida Carrera Panamericana. A palavra carrera, que em espanhol significa estrada, corrida, chamou sua atenção, e ele soube imediatamente que esse seria o nome perfeito para um novo relógio. No ano seguinte, os primeiros cronógrafos TAG Heuer Carrera saíram da fábrica. E durante a corrida dos 500 Km da Porsche em São Paulo muitos clientes terão a oportunidade de ver em primeira mão nosso novo lançamento", diz Freddy, citando a exposição dos dois relógios Carrera Sport Chronograph.
Para o futuro, a marca espera uma ação parecida com um eventual GP em São Paulo com a Formula E – que está nos planos também dos promotores internacionais da categoria elétrica. Outra ação em conjunto com a Porsche foi a premiação de um jovem talento do automobilismo virtual, Jeff Giassi. Ele venceu as competições promovidas pela TAG Heuer e Porsche Carrera Cup Brasil nos simuladores, vencendo dezenas de outros pilotos virtuais. A diferença é que seu prêmio foi participar pela primeira vez de uma prova real: e ele se saiu muito bem, fazendo a pole position na sua categoria e terminando a prova no pódio, na quinta colocação.
“Foi uma hora ter corrido com Enzo Elias e Dimas Pimenta. Esta premiação foi histórica e agradeço a todos pela oportunidade e ver que o automobilismo virtual está crescendo a cada ano", diz o piloto virtual – e agora, também “do mundo real”.
Com a proibição de eventos e corridas no mundo todo entre março e julho, até mesmo estrelas da F1 se renderam aos simuladores. O crescimento foi evidente – e mais um caso de que a pandemia no fim trouxe oportunidades incríveis. Assim como há quase 60 anos Jack Heuer achou que seria uma boa ideia associar sua marca ao universo do esporte a motor – e o tempo mostrou que ele estava certo.