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Pneus carecas têm mais aderência em piso seco?

Correio Técnico: as dúvidas dos leitores respondidas pela QUATRO RODAS

Além de não escoar a água, pneus gastos têm menos aderência (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Além de não escoar a água, pneus gastos têm menos aderência (Marco de Bari/Quatro Rodas)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2017 às 10h04.

Última atualização em 5 de maio de 2017 às 10h47.

Se os carros de corrida usam pneus slick quando não há chuva, isso significa que um pneu careca tem mais aderência no asfalto seco que um pneu com ranhuras? – Gilson Scatambulo, por email.

A função principal das nervuras de um pneu é escoar a água em piso molhado. Elas são projetadas para direcionar a água para fora do pneu da forma mais rápida e evitar a aquaplanagem. Daí a importância dos carros de corrida usarem pneus específicos para chuva.

Por outro lado, quando a pista está seca carros de corrida podem se dar o luxo de usar pneus lisos, os chamados pneus “slicks”, que conseguem o máximo de aderência possível. Isso quer dizer que um pneu careca também leva vantagem sobre um pneu novo no seco?

De acordo com Roberto Falkenstein, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli, isso não acontece. “Os pneus slick são projetados e desenvolvidos especificamente para funcionar com a superfície lisa e para uso em competições. Nestas condições, eles garantem o máximo de aderência possível”, conta.

Além da diferença nas dimensões dos pneus de pista, eles usam compostos diferentes, muito mais macios, capazes de gerar maior aderência.

Em compensação, também duram muito menos, cerca de 200 km em condições de corrida, e são mais suscetíveis a sujeiras na pista.

Já os pneus convencionais são feitos para durar milhares de quilômetros, por isso possuem borracha mais dura, menos aderente.

Quando seus blocos e nervuras se desgastam, o que resta da banda de rodagem não é macia o suficiente nem foi projetada para agarrar melhor o asfalto nessas condições.

Além disso, um pneu careca bastante usado terá uma borracha envelhecida, que pode ter ficado ainda mais dura e ressecada, alterando suas características ao rodar. Segundo Falkenstein, eles também “estão mais propícios à furos pela baixa quantidade de borracha restante em sua banda de rodagem.”

Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Quatro Rodas.

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