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Paris Air Show está de volta com disputa por novas aeronaves

Com as entregas ainda afetadas por cadeias de suprimentos sob pressão, muitos clientes querem fechar pedidos agora para evitar serem relegados ao fim da linha

Edição de 2019 do Paris Air Show. (ERIC PIERMONT/AFP/Getty Images)

Edição de 2019 do Paris Air Show. (ERIC PIERMONT/AFP/Getty Images)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 16 de junho de 2023 às 15h34.

A indústria global de aviação chega a Paris mais uma vez na próxima semana, após um hiato de quatro anos. No Paris Air Show, companhias aéreas e empresas de leasing farão encomendas, fabricantes exibirão aeronaves civis e militares e executivos divulgarão novas tecnologias, como táxis voadores e propulsão elétrica, à medida que o setor avança em direção à descarbonização.

Mesmo antes do evento, que começa oficialmente em 19 de junho, operadoras se esforçam para reabastecer suas carteiras de pedidos enquanto se preparam para uma sólida recuperação pós-pandemia. Entre as empresas com grandes compras e compromissos estão a Ryanair, a Air India e a nova companhia aérea saudita Riyadh Air, que apresenta sua marca na exposição e pode usar a feira para encomendar mais aviões.

Stuart Hatcher, economista-chefe da consultora de aviação IBA, estima que o evento deste ano pode resultar em cerca de 2.100 pedidos e compromissos, com possíveis negócios avaliados pela Air France-KLM, Delta Air Lines ou Malaysian Airlines.

Com as entregas ainda afetadas por cadeias de suprimentos sob pressão, muitos clientes querem fechar pedidos agora para evitar serem relegados ao fim da linha. A Airbus disse que está com a carteira completa quase até o final da década para jatos de fuselagem estreita, e a Boeing também tem poucos “slots” de entrega de curto prazo. Não são apenas as aeronaves menores que agora estão mais difíceis de encontrar, mas também aviões de fuselagem larga, que voam em rotas globais mais populares do que nunca depois que a maioria dos países eliminou as restrições de viagens.

“Estes não são pedidos para a década de 2020, mas para a década de 2030”, disse Hatcher em uma prévia da atividade do programa. “Desta vez, parece uma corrida para conquistar participação em mercados não comprovados com base em previsões de longo prazo que ainda precisam mostrar todo o seu potencial.”

O otimismo é sustentado pela recuperação na qual, segundo previsões da Associação Internacional de Transporte Aéreo, companhias aéreas globais terão lucro coletivo de US$ 9,8 bilhões este ano. O valor representa o dobro da estimativa anterior de dezembro, em meio ao maior número de voos na América do Norte e na Europa, que elevam os preços das passagens.

No último Paris Air Show em 2019, companhias aéreas e de leasing fecharam acordos para comprar até 866 aviões, de acordo com a FlightGlobal. A Airbus levou vantagem no evento, porque o modelo Max da Boeing foi aterrado na época após dois acidentes com vítimas.

No ano passado, na feira de Farnborough no Reino Unido, que alterna com Paris como a maior vitrine do setor, os pedidos e compromissos de aeronaves chegaram a 511 — apenas cerca de um terço das quase 1.500 vendidas no mesmo evento em 2018. A Boeing garantiu a maior parte das encomendas, lideradas pelo 737 Max, enquanto a Airbus obteve apenas 29 pedidos.

Entre os possíveis acordos que podem ser anunciados em Paris, a Delta Air Lines pode fazer uma grande encomenda de aviões de fuselagem larga da Airbus, enquanto busca restaurar as redes pós-Covid e substituir aeronaves mais antigas. A Bloomberg News informou no mês passado que a Delta estava em negociações para os jatos de corredor duplo A330neo e A350 com um pedido potencial de dezenas de aviões.

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