OMS iguala cigarro eletrônico ao comum
Hoje, 466 marcas disputam um mercado avaliado em US$ 3 bilhões e o interesse é tão grande que mesmo algumas das maiores empresas também lançaram produtos
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 10h47.
Genebra - A Organização Mundial da Saúde ( OMS ) recomenda que os cigarros eletrônicos sejam tratados como normais, pelo menos no que se refere à proibição do fumo em locais fechados, limites à publicidade e venda para menores.
Cautelosa, a entidade prefere esperar por novos estudos antes de liberar o produto e insiste que o cigarro eletrônico precisa ser regulado pelos governos nacionais.
Hoje, 466 marcas disputam um mercado avaliado em US$ 3 bilhões. O interesse é tão grande que mesmo algumas das maiores empresas do setor também lançaram produtos. Só na Europa, 7 milhões de pessoas seriam usuárias.
Mas, em grande parte do mundo, a venda não está regulamentada, uma realidade que a OMS exige que seja modificada.
O que pesou na decisão da organização foi o fato de que, apesar de eletrônico, o consumo de nicotina continua a existir, ainda que a taxas variadas, além de outros ingredientes.
Esses compostos podem levar a tumores e, segundo a própria OMS, o que sai dos cigarros eletrônicos "não é apenas vapor". O contato da nicotina nos lábios e pele também é considerado como um risco à saúde .
Provas
A entidade questiona o suposto impacto que o produto tem para ajudar a deixar de fumar, um argumento usado pelos vendedores e empresas do setor. Para a OMS, as provas são "limitadas" e não se pode tirar qualquer tipo de conclusão.
O que mais preocupa a entidade é que, sem regulamentações, o cigarro eletrônico possa ser na verdade um convite ao fumo, principalmente uma inserção ao cigarro para os adolescentes.
Por isso, a OMS pede que se proíba esse produto em locais onde não se pode fumar e a publicidade também cumpra as mesmas normas dos cigarros convencionais. Isso pelo menos até que os fabricantes "mostrem provas científicas".
No início do ano, o Parlamento Europeu aprovou uma lei sobre o cigarro eletrônico e deu duas opções aos vendedores. Se quiserem tratar o produto como uma ajuda a deixar de fumar, precisam inscrevê-lo como um produto médico, o que exige passar por dezenas de testes. A segunda opção foi de registrar o produto como um cigarro, o que foi a escolha do setor.