A psicanálise toma como base os trabalhos de Sigmund Freud, seu fundador. Em 1900, ele escreveu o famoso
livro A Interpretação dos Sonhos, no qual o autor desenvolve a tese de que todo sonho pode ser interpretado e que ele serve como porta principal de acesso ao inconsciente. "Ele mostra que, sob a sua fachada, muitas vezes absurda, existe um sentido, que lógica e emocionalmente, nada tem de absurdo", relata a Dra. Ilana Waingort Novinsky, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Partindo deste princípio, a psicanálise, ao longo de mais de um século de existência, apontou diferentes visões e interpretações para os sonhos, levando em consideração a prática clínica e inúmeros desenvolvimentos teóricos. Segundo a especialista, não existe apenas um tipo de sonho. "De acordo com Gustav Jung, discípulo de Freud que criou uma teoria
psicológica própria e que dedicou-se muito ao estudo dos sonhos, podemos falar em quatro tipos, que se baseiam na relação entre o consciente e o inconsciente" menciona. - O primeiro indica um tipo de sonho tipicamente consciente, de um evento ou situação vivido no dia anterior. - O segundo advém de um conflito entre a posição do consciente e a posição do inconsciente. - O terceiro significa a forma com que determinados conteúdos inconscientes interferem na consciência, a fim de modificá-la. - O quarto é mais raro, são os chamados de 'grandes sonhos'. Eles servem de orientação para toda uma fase da vida da pessoa e incluem os sonhos de infância e também os decisivos.