NFL usa Super Bowl para crescer fora dos EUA
O Super Bowl deste ano será o maior teste para verificar se as iniciativas da NFL em expandir sua audiência pelo mundo estão dando resultados
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 20h02.
Los Angeles - Enquanto mais de 110 milhões de americanos estiverem sintonizados no domingo assistindo ao New England Patriots de Tom Brady enfrentar o Seattle Seahawks, Mark Waller estará concentrado em descobrir se os fãs do México e do Reino Unido se unirão a eles.
Waller é o diretor de operações internacionais da liga profissional de futebol americano dos EUA, a NFL. Trata-se de uma importante área de crescimento para um esporte cujo domínio cultural termina nas fronteiras do país.
O desafio dele é expandir os negócios da liga para países onde os torcedores não podem comparecer aos jogos, não têm um time preferido e são mais propensos a acompanhar esportes internacionais como o futebol .
O Super Bowl deste ano será o maior teste já feito para verificar se as iniciativas da liga estão dando resultados. O jogo será transmitido ao vivo para 171 países por meio de 53 emissoras diferentes, um incremento em ambos os fatores.
A partida também será disponibilizada on-line por meio do NFL Game Pass, um serviço de streaming por assinatura.
“Está bastante claro que não pretendemos substituir o futebol no mundo”, disse Waller em entrevista. “Estamos dispostos a criar uma posição diferenciada no mercado com uma base considerável de torcedores fiéis formada por pessoas que amam o nosso esporte”.
A audiência internacional de TV do Super Bowl cresceu em torno de 7 por cento ao ano nos últimos três anos, segundo a liga, que prefere não oferecer números específicos. Na temporada passada, três partidas foram disputadas no Reino Unido.
Waller disse que a receita internacional cresceu 10 por cento a 15 por cento ao ano. Fontes como streaming, direitos de mídia e publicidade contribuíram com 70 por cento a 80 por cento da expansão. Embora a liga não ofereça outros detalhes, o ex-executivo da NFL Gordon Smeaton disse que a receita superou os US$ 100 milhões em 2009.
"Enorme impulso"
“Houve um enorme impulso em prol de uma audiência internacional o mais abrangente possível”, disse Smeaton em entrevista. “Trabalhamos muito na China e no Japão e certamente em toda a Europa”.
Embora o esporte ao vivo seja uma das poucas áreas de crescimento no ramo da TV nos EUA, a internet será fundamental no futuro. A audiência internacional on-line para o Super Bowl deu um salto de 30 por cento no ano passado e os seguidores da liga no Facebook cresceram em média 65 por cento ao ano desde 2011, segundo estatísticas fornecidas pela liga.
A NFL fechou acordos para apresentar clipes na maior das redes sociais e no YouTube, do Google Inc., maior site de vídeos do mundo. Esses vídeos serão ainda mais importantes fora dos EUA, onde os jogos são transmitidos com algumas horas de diferença.
Vídeos curtos
A liga está trabalhando para oferecer mais vídeos curtos e reprises de jogos completos sem comerciais na China, um dos quatro polos internacionais, ao lado do Reino Unido, do México e do Canadá, segundo Waller.
A NFL adotará uma estratégia semelhante no Brasil, um dos dois mercados, ao lado da Alemanha, onde a liga pretende abrir novos escritórios.
O executivo da NFL disse que gostaria de desenvolver novos formatos de vídeo apresentando celebridades dos mercados locais, além de estrelas da NFL.
No entanto, a NFL tem barreiras a superar, relacionadas, por exemplo, à forma em que as pessoas assistem a esportes em outros países. Seus negócios internacionais ainda são minúsculos em comparação com os US$ 9,7 bilhões da receita global da liga.
“As audiências internacionais acompanham futebol e rugby, esportes que têm ação constante e fluidez, muitas vezes sem a necessidade de interrupção comercial”, disse Dan Durbin, que dirige o Instituto Annenberg de Esportes, Mídia e Sociedade da Universidade da Carolina do Sul. “Pelo fato de não estarem acostumados a assistir a esse tipo de esporte com paradas para intervalos comerciais, eles não se ligam no futebol da NFL”.