Fernando Brant: ele compôs mais de 300 canções com diferentes parceiros (José Cruz / Agência Brasil)
Maurício Grego
Publicado em 13 de junho de 2015 às 11h12.
São Paulo -- Fernando Brant, um dos principais parceiros de composição de Milton Nascimento, morreu nesta sexta-feira em Belo Horizonte, aos 68 anos. Brant foi um dos fundadores do Clube da Esquina e coautor de canções que marcaram os anos 70 como “Travessia”, “Maria Maria” e “Canção da América”.
As novas gerações talvez não conheçam essa turma. Mas certamente já ouviram suas canções, que são regravadas com frequência por artistas que nem eram nascidos quando foram compostas.
Brant nasceu em Caldas, no sul de Minas Gerais, em 1946. Nos anos 60, juntou-se a Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga para formar o Clube da Esquina.
O grupo acabaria dando origem a um movimento musical que misturava elementos da bossa nova, do jazz e do rock. Teve enorme impacto na música brasileira.
Alguns membros do Clube, como o tecladista Wagner Tiso, o saxofonista Nivaldo Ornelas e o guitarrista Toninho Horta, emprestaram seu colorido sonoro a álbuns de uma variedade de artistas.
Outros, como Brant, deixaram sua assinatura em canções que entraram definitivamente para o cancioneiro nacional. Mas poucos viam Brant, já que, como compositor, ele sempre apareceu menos para o público do que os instrumentistas e cantores do Clube.
Brant morreu em decorrência de complicações de um transplante de fígado. Sua morte foi confirmada às 21h40. Deixa três filhos, dois netos e a esposa, Leise.