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Morre arquiteto japonês Isozaki, ganhador do Prêmio Pritzker

Sua obra é considerada um exemplo da arquitetura pós-moderna, que combinou influências da cultura e da história da Ásia e do Ocidente em seus projetos

Entre as obras de Arata Isozaki, destacam-se o Palau Sant Jordi, de Barcelona; o Museu de Arte Contemporânea, de Los Angeles; e a sede de Walt Disney, na Flórida (AFP/AFP)

Entre as obras de Arata Isozaki, destacam-se o Palau Sant Jordi, de Barcelona; o Museu de Arte Contemporânea, de Los Angeles; e a sede de Walt Disney, na Flórida (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 30 de dezembro de 2022 às 14h03.

Última atualização em 30 de dezembro de 2022 às 14h19.

O arquiteto japonês Arata Isozaki, vencedor do Prêmio Pritzker e criador do pavilhão Palau Sant Jordi para Barcelona-1992, morreu aos 91 anos, em Okinawa — anunciou seu escritório nesta sexta-feira, 30.

Isozaki faleceu em sua casa, em Okinawa, de causas naturais, na quarta-feira, 28, e seu funeral será realizado apenas com a presença de sua família próxima, acrescentou a mesma fonte, em um e-mail enviado à AFP.

Muito prolífico e cosmopolita, Isozaki ficou conhecido por nunca ter procurado afirmar um estilo particular, mostrando-se mais preocupado com integrar suas construções a seu ambiente, da melhor forma possível.

“Meu prazer é criar coisas diferentes, não repetir a mesma coisa”, explicou em novembro de 2017 ao site especializado ArchDaily.

“Para a imprensa, ou a identidade e todas essas coisas, é muito perturbador”, afirmou, com certa satisfação.

Sua obra é considerada um exemplo da arquitetura pós-moderna, que combinou influências da cultura e da história da Ásia e do Ocidente em seus projetos, em uma época de domínio dos estilos americano e europeu.

Protegido do lendário Kenzo Tange, o primeiro arquiteto japonês a ganhar o Pritzker, Isozaki projetou o pavilhão multifuncional Palau Sant Jordi, em Barcelona, e o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles, por exemplo.

Também esteve por trás da construção do prédio Team Disney, sede administrativa da Walt Disney Company, na Flórida, entre outras estruturas icônicas.

Nascido em 1931 em Oita, no sudoeste do Japão, Isozaki se destacou como um crítico social. Tinha apenas 14 anos quando Hiroshima e Nagasaki foram destruídas por bombas nucleares. As ruínas do Japão do pós-guerra nunca o abandonaram.

"Cresci quase no nível do chão. Tudo estava completamente em ruínas, e não havia arquitetura, nem edifícios, nem mesmo uma cidade", lembrou.

"Então, minha primeira experiência com arquitetura foi o vazio da arquitetura, e comecei a considerar como as pessoas poderiam construir casas e cidades", completou.

Ao conceder-lhe o prêmio de maior prestígio da arquitetura em 2019, o comitê do Pritzker elogiou a mistura de influências em seu trabalho.

"Isozaki foi um dos primeiros arquitetos japoneses a construir fora do Japão, em um momento em que as civilizações ocidentais influenciavam, tradicionalmente, o Oriente", disse Tom Pritzker, presidente da Fundação Hyatt, que patrocina o prêmio, na época.

O júri argumentou que sua arquitetura "nunca simplesmente replicava o status quo (...) Sua busca por arquitetura significativa se refletiu em seus edifícios que, até agora, escapam de categorizações estilísticas".

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