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6 mitos e verdades sobre alimentação

Descubra o que realmente é verdade sobre a rotina diária de refeições - e mude seus hábitos

Mesa posta com diversos tipos de comida repletas de mitos e verdades sobre seu consumo (Flickr (Daniel Lobo))

Mesa posta com diversos tipos de comida repletas de mitos e verdades sobre seu consumo (Flickr (Daniel Lobo))

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2011 às 11h28.

Manga com leite pode causar a morte, beber líquido durante as refeições deixa a pessoa barriguda, leite é o único alimento que tem o aporte de cálcio necessário para o organismo. Esses e outros mitos atrapalham muito na hora de se alimentar. São tantos e tão antigos que é quase impossível eliminá-los. Para esclarecer as dúvidas mais frequentes, a nutricionista Juliana Trevilini Garcia responde algumas perguntas.

1. Comer e beber durante as refeições prejudica a absorção dos nutrientes

Verdade. A digestão é prejudicada ao misturar a refeição com qualquer bebida. Para que os nutrientes sejam absorvidos adequadamente, o nosso corpo precisa liberar enzimas digestivas e ácido clorídrico para a digestão dos nutrientes. A ingestão de líquidos, acima de 200 ml provoca a diluição do suco gástrico, interferindo na digestão. As bebidas gaseificadas, principalmente a base de cola, são alcalinizastes e prejudicam ainda mais a digestão dos alimentos e, consequentemente, a absorção adequada de nutrientes no intestino.

2. Comer e beber durante as refeições pode desenvolver barriga

Mito. A maioria das pessoas que toma líquido junto com as refeições não mastiga corretamente e acaba empurrando a comida com o líquido. Consequentemente come muito rápido e em maior quantidade, aumentando o peso. Para liberar hormônios que induzem à saciedade o nosso cérebro precisa de que a refeição dure, pelo menos, 20 minutos.

3. Comer manga com leite causa congestão

Mito. Manga com leite não causa indigestão nem faz mal à saúde. Essa crença se perpetuou na história a partir da escravidão. Os senhores de engenho inventaram o mito para impedir que seus escravos consumissem mangas e não tomassem o leite, que era destinado ao consumo da família da “casa grande”. Por isso, os feitores espalhavam que a combinação fazia tanto mal que causava a morte. Atualmente, estuda-se muito sobre o consumo do leite por pessoas sensíveis, pois o alimento pode causar gastrite, refluxo e azia.


4. Afta na boca tem relação com a prisão de ventre

Verdade. Afta na boca tem relação com imunidade baixa e intestino preso tem correlação com imunidade baixa. Apesar das funções digestivas e de absorção serem as mais difundidas deste órgão, o intestino desempenha também funções hormonais, motora, nervosa e imune. Relacionada a esta última função está à capacidade do intestino, em conjunto com o sistema imunológico, evitar que agentes nocivos (estresse fisiológico ou psicológico, microorganismos patogênicos e corpos estranhos) prejudiquem a saúde.

Quando o intestino está saudável há seleção e absorção adequadamente de nutrientes e proteção do sistema imunológico. Já quando o intestino está preso, aumenta a produção de toxinas e bactérias patogênicas. Nessas condições o intestino não seleciona o que entra e o que não entra na corrente sanguínea. E dessa maneira, o sistema imunológico fica sem proteção e o organismo mais suscetível ao desenvolvimento das aftas.

5. Ingerir folhas verdes escuras substitui o leite na alimentação diária

Verdade. Os vegetais verde-folhosos como, por exemplo, agrião, couve, brócolis, couve de bruxelas, rúcula e o repolho contém em sua composição uma boa quantidade de cálcio. Também há presença de magnésio, vitamina C e vitamina K, que são nutrientes importantes para a mineralização óssea, ou seja, tem uma proporção parecida com a do leite humano e uma sinergia com os demais nutrientes necessários para sua biodisponibilidade. A biodisponilidade do cálcio dos vegetais é de 50 a 70%, enquanto a biodisponibilidade do cálcio do leite é de aproximadamente 30%.

6. O açúcar pode ser substituído por qualquer adoçante

Mito. O nosso organismo não precisa de açúcar. Por ser uma questão de costume adicionar muito açúcar nas preparações e vários alimentos industrializados conter açúcar em sua composição, faz com que necessitemos sempre de mais açúcar. Por receio de engordar, as pessoas começaram a trocar o açúcar pelo uso constante e até mesmo exagerado de adoçantes. Embora, eles tenham sido feitos para os diabéticos, esse hábito foi difundido para todos os que desejavam não adicionar mais calorias ao seu dia a dia.

Pesquisas recentes têm mostrado que alguns adoçantes precisam ser consumidos com moderação ou até mesmo evitados. Adoçantes a base de Acessulfame-K, sacarina sódica, ciclamato sódico e aspartame não são indicados, pois, há um potencial efeito carcinogênico do ciclamato monossódico. Além disso, é possível encontrar o mineral adicionado ao aspartame e à estévia, para realçar o sabor doce e disfarçar o resíduo amargo do produto. Já o aspartame também tem potencial carcinogênico e pode induzir a enxaquecas.

O Acessulfame-k tem o poder de dulçor de aproximadamente 200 vezes mais que o açúcar, não tem sido associado a riscos, mas há críticas de que ele ainda não foi suficientemente estudado. Eles são comuns em saches de mesa e refrigerantes, sempre misturado a ciclamato, sacarina ou aspartame.

A sacarina sódica tem o poder de dulçor de 300 vezes mais que o açúcar. É um derivado do petróleo. Estudos com animais e doses muito superiores ao consumo humano apontam efeito carcinogênico. O produto está proibido no Canadá e não é recomendado para hipertensos.

O Estévia tem o poder de dulçor de aproximadamente 350 vezes mais que o açúcar. Por ser derivado de uma planta Stevia rebaudiana, originária da America do sul, é rica em glicosídeos de alto poder edulcorante e auxilia no controle glicêmico. Entretanto, tem sabor residual. Estudos ainda não apontam nenhum risco associado, por isso é o mais indicado até o momento. Desse modo, é importante avaliar cada paciente individualmente e procurar a melhor maneira de usar o adoçante com moderação e de maneira a não prejudicar a saúde.

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